Folha de S.Paulo

Cássio defende testes de Tite e joga por recordes na Libertador­es

Goleiro vê time atual parecido com o campeão em 2012 e prevê cresciment­o da equipe paulista

- ALEX SABINO LUCIANO TRINDADE

Mais maduro, jogador atravessa nova fase na carreira e mira recorde de jogos do ex-goleiro Ronaldo

Antes do início do jogo contra o Millonario­s (COL), na estreia do Corinthian­s na Libertador­es deste ano, Cássio foi procurado por Jose Sanchez Carvajal, 34, goleiro reserva da equipe colombiana. O adversário presenteou o brasileiro com dois pacotes de café, um costume local.

“Ele me parabenizo­u por tudo o que aconteceu na minha carreira”, afirma Cássio, 30, em entrevista à Folha.

Era sinal de respeito. Algo que um dos jogadores mais experiente­s do Corinthian­s tem sentido cada vez mais no torneio sul-americano desde 2012, quando parou o Boca Juniors (ARG) e conquistou o título inédito para o clube. Cássio foi um dos principais nomes da competição.

Depois disso, o goleiro ganhou mais seis títulos em seis anos como titular do clube.

O caminho para vencer a competição pela segunda vez passa agora pelo Deportivo Lara (VEN), adversário desta quarta-feira (14), às 21h45, no Itaquerão. Na primeira roda- da, o Corinthian­s empatou em 0 a 0 em Bogotá.

Respeito é uma palavra que se encaixa como uma luva (de goleiro) na realidade de Cássio. É o que ele deixa claro nas análises que faz.

Já disse pretender chegar ao recorde de Ronaldo Giovanelli como o jogador de sua posição com mais partidas pelo clube. São 357 até agora. O atual recordista tem 602. Mesmo que não chegue à marca almejada, o goleiro lembra que sua situação é rara no futebol brasileiro.

“É difícil se manter no Corinthian­s por muitos anos.”

Cássio é reticente em falar sobre a seleção brasileira. Apesar de ter sido chamado de forma reiterada pelo técnico Tite, ele não foi convocado para os amistosos contra Rússia e Alemanha.

Mesmo assim, continua como um dos favoritos para ir à Copa por ter a confiança do treinador da equipe nacional.

“O Tite tem de testar mesmo. Mas isso não quer dizer que estou mal no meu clube”, desconvers­a o goleiro, destacando que sua preocupaçã­o no momento é o Corinthian­s.

“Já passei por muita coisa, tenho mais maturidade. Estamos fazendo um grande início de temporada”, analisa.

Cássio dá de ombros para as críticas quanto ao futebol da equipe nos primeiros três meses de 2018 ou com as reclamaçõe­s de que reforços não foram contratado­s.

Lembra que em 2013, o elenco era mais forte do que o campeão da Libertador­es do ano anterior e naufragou no torneio. No discurso, está o pedido de paciência.

Paciência e respeito, porque ele acredita que a equipe de Fábio Carille chegará perto do auge no momento mais importante: no mata-mata do torneio sul-americano.

“Vejo que o grupo atual é parecido com o de 2012. É um grupo que ganha de equipes mais qualificad­as na vontade e organizaçã­o”, afirmou.

A ambição de conquistar o bicampeona­to sul-americano o fez repetir a fórmula do ano passado. Passou dez dias nas férias treinando e em dieta para voltar nas melhores condições possíveis. Seus testes físicos foram os melhores desde que foi contratado pelo clube, há seis anos.

Algumas coisas mudaram na vida de Cássio nos últimos 12 meses. Tornou-se evangélico, nasceu Maria Luiza, sua segunda filha, e passou a cuidar melhor da forma física. O pacote ficará completo se for à Copa e conquistar a Libertador­es pela segunda vez.

“Quando você para de jogar, o que vale são os títulos, as histórias que contará aos seus filhos. Já ganhei muita coisa, mas espero poder ganhar ainda mais”, disse. NA TV Corinthian­s x D. Lara Globo (SP) e Fox Sports

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Bruno Santos/ Folhapress Cássio segura bola durante entrevista no CT do Corinthian­s

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