Folha de S.Paulo

CRONOLOGIA DO CASO

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2004

Laéssio de Oliveira subtrai oito gravuras de Emil Bauch da Biblioteca Nacional, mas só o furto de quatro é notado

nov.2004

Ruy Souza e Silva compra um álbum de gravuras brasileira­s na Maggs Bros., em Londres

jan.2005

Souza e Silva vende oito gravuras de Emil Bauch para o Itaú Cultural

2014

O Itaú Cultural inaugura sua mostra permanente, exibindo seis das oito gravuras

2017

A Biblioteca Nacional nota que outras quatro obras de Bauch haviam sido furtadas em 2004

2018

Laéssio escreve à Folha

“A Coleção Brasiliana Itaú foi constituíd­a em linha com os preceitos que norteiam o trato do patrimônio histórico e cultural brasileiro. As oito litografia­s de Emil Bauch a que se refere a reportagem da ‘Folha de S. Paulo’ estão inseridas nesse contexto.

Importante registrar que a grande maioria das obras integrante­s da Coleção Brasiliana Itaú, incluindo as litografia­s de Emil Bauch, não são exemplares únicos. Ao contrário, são livros, gravuras e registros visuais que compõem ou compuseram edições de livros e outras publicaçõe­s das quais existem múltiplos exemplares em circulação no Brasil e exterior.

As litografia­s mencionada­s foram adquiridas do pesquisado­r Ruy Souza e Silva, que informou tê-las comprado de tradiciona­l casa inglesa, especializ­ada na comerciali­zação de livros e manuscrito­s raros, conforme consta de documentos relacionad­os a tais peças, fato este confirmado por auditoria realizada no acervo em 2016.

Em 2009, o Itaú Cultural iniciou um amplo conjunto de ações para democratiz­ar o acesso e dar visibilida­de à sua coleção, tornando-a acessível a pesquisado­res, colecionad­ores e ao público em geral.

Entre essas ações, destacam-se o lançamento do livro ‘Brasiliana Itaú - Uma Grande Coleção Dedicada ao Brasil’, a realização de exposições da coleção em seis capitais do país e, a partir de 2014, a instalação de uma mostra permanente no espaço Olavo Setubal, no Itaú Cultural. Essas iniciativa­s já alcançaram mais de 450 mil pessoas.

O Itaú Cultural firmou ainda, em 2015, parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Fundação Biblioteca Nacional e o Instituto Moreira Salles para a criação de um portal na internet, com o objetivo de apresentar ao público as coleções brasiliana­s existentes no país. O portal foi ao ar em 2017 e as obras de Emil Bauch figuram entre as peças exibidas na plataforma.

Essas ações reafirmam a boa-fé e a lisura da instituiçã­o. Desde que tiveram início os esforços de dar publicidad­e ao seu acervo, o Itaú Cultural não foi contatado por qualquer instituiçã­o pública ou privada para questionar a origem de suas obras.

Após ser informado pela ‘Folha de S.Paulo’ da existência de questionam­ento sobre a origem das litografia­s de Bauch, o Itaú Cultural imediatame­nte entrou em contato com a Biblioteca Nacional e, em seguida, enviou ofício à instituiçã­o colocando as obras à disposição para verificaçã­o. O Itaú Cultural tem todo o interesse em dirimir as dúvidas surgidas em torno das obras de Bauch e vai trabalhar em estreita colaboraçã­o com a Biblioteca Nacional para esclarecer os fatos.”

 ?? Fotos Reprodução ?? Catálogo da coleção Brasiliana mostra as gravuras do Itaú Cultural
Fotos Reprodução Catálogo da coleção Brasiliana mostra as gravuras do Itaú Cultural

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