Folha de S.Paulo

Senado aprova quarentena a ex-juízes e MP

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PT também tiveram audiência com Cármen Lúcia para entregar um documento assinado por lideranças de 11 partidos pedindo o julgamento célere do habeas corpus.

A assessoria do Supremo informou que Cármen Lúcia reafirmou aos petistas que não julgará agora as ações que discutem a constituci­onalidade da prisão após condenação em segunda instância, mas que julgamento­s de habeas corpus independem da pauta.

A declaração pode ser interpreta­da como uma mensagem a Fachin, que agora tem em mãos o pedido da defesa do ex-presidente. Ao término da sessão desta quarta, os advogados de Lula, Pertence e Cristiano Zanin Martins, abordaram o ministro para falar da nova petição.

Questionad­o por jornalista­s sobre se o novo pedido a Fachin teve relação com a audiência com Cármen Lúcia, Pertence respondeu que “a ministra deixou clara a posição dela para a imprensa”. Na terça (13), em evento promovido pela Folha em São Paulo, ela afirmou: “Eu não me submeto a pressão”.

Lula foi condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região analisa recursos finais do petista naquela instância. Em tese, ao final dessa análise, a prisão já poderá ser decretada.

DE BRASÍLIA

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (14) um projeto que obriga integrante­s da magistratu­ra e do Ministério Público a cumprirem uma quarentena de três anos antes de exercerem advocacia privada.

Para ter validade, a proposta precisa agora do aval da Câmara dos Deputados. O projeto aprovado nesta quarta modifica o estatuto da advocacia.

O objetivo, de acordo com o autor, é evitar que integrante­s do Ministério Público ou da magistratu­ra utilizem informaçõe­s privilegia­das obtidas em função dos cargos que ocupavam em benefício da atuação na advocacia.

O texto foi proposto pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) depois da polêmica gerada pela atuação do ex-procurador da República Marcelo Miller, suspeito de ter atuado na defesa do grupo JBS em escritório quando ainda integrava o Ministério Público Federal.

(TALITA FERNANDES)

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