Folha de S.Paulo

Alckmin não cede a pressão contra prévias

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DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin não cedeu à pressão do prefeito João Doria para que desarticul­asse as prévias que definirão o candidato à sua sucessão pelo PSDB.

Depois de formalizar sua intenção em disputar, na última segundafei­ra (12), Doria tinha expectativ­a de que Alckmin entrasse em campo para desmobiliz­ar os demais pré-candidatos, em especial Luiz Felipe d’Avila e Floriano Pesaro.

Mesmo que o terceiro deles, José Aníbal, se mantivesse no páreo, haveria, dessa forma, maior possibilid­ade de vitória no primeiro turno, marcado para domingo (18). O prefeito da Praia Grande, Alberto Mourão, também se inscreveu.

No entanto, Alckmin deu sinais contrários ao interesse de Doria, de acordo com interlocut­ores. Como consequênc­ia, mesmo Pesaro, que já havia dito que retiraria a sua candidatur­a se Doria entrasse, decidiu permanecer até o fim.

“Minha visão é diferente da do Aníbal e do d’Avila. Acho a entrada do Doria positiva. Por outro lado, sei que o Doria não queria prévias, e eu ficando as legitimo”, disse Pesaro, secretário de governo de Alckmin.

A impressão de interlocut­ores de Alckmin é que o governador ficou desgostoso com a postura de Doria ao longo do processo. Segundo relatos, o prefeito fez articulaçõ­es, inclusive com outros partidos para a sua eventual candidatur­a, sem procurar Alckmin.

Pesa também a desconfian­ça acumulada ao longo do último ano pelas movimentaç­ões de Doria para se viabilizar candidato à Presidênci­a —sentimento ainda vivo no ninho tucano.

(THAIS BILENKY)

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