Merkel é confirmada em seu 4º mandato
Parlamento alemão aprova permanência de chanceler após quase seis meses de negociação para formar governo
Desgastada depois da indefinição eleitoral, chefe de governo vê ascensão de partido da direita nacionalista
A chanceler alemã, Angela Merkel, foi confirmada nesta quarta-feira (14) no cargo pelo Bundestag, o Parlamento alemão, e deu início a seu quarto mandato, desgastada após quase seis meses depois das eleições de setembro.
As negociações para formar a coalizão, primeiro com liberais-democratas e verdes, depois com os sociais-democratas, foram as mais longas na Alemanha do pós-guerra.
A incerteza em torno do novo governo parou a principal economia da União Europeia, vista como uma das lideranças globais a preencher o vácuo deixado pelos EUA com Donald Trump e o “brexit”, a saída britânica do bloco.
A votação desta quarta foi uma formalidade. Mas os 364 votos que recebeu entre 709 membros do Bundestag foram 35 a menos que os 399 que o governo teoricamente tem assegurados com a coalizão entre a CDU de Merkel, seus fiéis aliados bávaros da CSU (União Social-Cristã) e o SPD (Partido Social-Democrata).
Após o anúncio do resultado da votação, a chanceler foi aplaudida por membros de todas as bancadas —com exceção da ultradireitista AfD (Alternativa para a Alemanha).
O partido emergiu das eleições como a terceira força no Parlamento e agora, com a entrada do SPD no governo, é a maior bancada da oposição.
Especulava-se que seus líderes, Alexander Gauland e Alice Weidel, sequer fossem cumprimentar a chanceler, mas o fizeram perto do final. No dia seguinte à eleição, Gauland prometeu “caçar Merkel”.
As pesquisas mostram que a AfD ganhou popularidade nos meses de governo paralisado. Algumas sondagens mostram o partido como segunda força, ora empatado ora à frente do SPD.
Ex-líder da AfD que saiu por discordar do rumo da sigla, Frauke Petry presenteou Merkel com um livro do jornalista Jürgen Leinemann sobre como os políticos ficam intoxicados pelo poder.