Folha de S.Paulo

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

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DE SÃO PAULO

Se o governo de Donald Trump não aceitar negociar exceções no aumento de tarifas de importação de aço, o Brasil vai entrar com representa­ção contra a política americana na OMC (Organizaçã­o Mundial do Comércio) ao lado de outros países prejudicad­os pela medida.

Foi o que disse o presidente Michel Temer na abertura do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, realizado em São Paulo.

“Nós aqui somos contra todo e qualquer protecioni­smo. Somos pela abertura plena.”

Na semana passada, Trump elevou de 0,9% para 25% a tarifa sobre o aço brasileiro e de 2% para 10% a do alumínio.

O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA —em 2017, as vendas geraram US$ 2,63 bilhões.

O Itamaraty já cogitara ir à OMC, mas é a primeira vez que Temer fala sobre o assunto.

Ele disse ainda que vai ligar para Trump em breve, propondo a abertura de negociaçõe­s sobre o aumento da tarifa do aço. Afirmou que o mandatário americano estaria aberto a conversas.

A disputa na OMC é a última alternativ­a em análise pela diplomacia brasileira. O processo costuma demorar anos e, se vitorioso, o Brasil ganharia o direito de retaliar setores americanos que exportam para o país.

A medida pode se tornar problema para as empresas brasileira­s ao elevar seus custos com insumos importados.

À Folha Roberto Azevêdo, presidente da OMC, disse que a sobretaxa pode causar desvios no comércio (leia abaixo). DIÁLOGO

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