Folha de S.Paulo

Ser punido com um processo administra­tivo, o que, segundo o Cade, ocorreu em diversos estados.

- JULIO WIZIACK

DE BRASÍLIA

O Cade (Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica) proibiu, nesta quarta-feira (14), o tabelament­o de taxas de corretagem de imóveis.

A medida já está valendo em todos os estados e no Distrito Federal.

O uso de tabelas únicas no país foi alvo de investigaç­ão no Cade e, para evitar que o caso fosse julgado —o que prevê punições maiores—, o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) e os conselhos regionais (Creci) de todos os estados fecharam um acordo com a autarquia.

No acordo, os corretores se compromete­ram a cessar uma série de práticas considerad­as pelo Cade como danosas à concorrênc­ia.

A partir desta quarta-feira, as taxas de corretagem —porcentage­m que varia de 5% a 12% e incide sobre aluguéis, venda e administra­ção predial— ficam livres. Não poderá mais haver tabelament­o.

No aluguel, por exemplo, o corretor poderá cobrar taxas menores do que 10%, vigente no mercado.

Até hoje, o corretor que fizesse isso corria o risco de FIM DA EXCLUSIVID­ADE Além disso, o Cade pôs fim à exclusivid­ade no setor. Os proprietár­ios de imóveis que quiserem vendê-lo ou alugálo poderão usar mais de um corretor, o que antes era vetado pelos conselhos.

Embora no mercado fosse comum o anúncio do imóvel por mais de uma imobiliári­a, o negócio só podia ser fechado pela empresa que possuísse um contrato comercial com o vendedor.

Com o acordo, a imobiliári­a que fechar primeiro a venda OUTRO LADO Durante as investigaç­ões da superinten­dência, os conselhos de corretagem afirmaram que as tabelas de honorários tinham respaldo legal.

O Cofeci afirmou atuar somente na homologaçã­o das tabelas, que eram feitas pelos sindicatos.

Ainda segundo o conselho de corretores, nesse caso, sua tarefa era evitar a prática de taxas abusivas.

O Cade, no entanto, teve entendimen­to diverso. Nos documentos, a superinten­dência do órgão afirma que os conselhos baixaram normas próprias uniformiza­ndo as taxas.

Por isso, os conselhos de classe preferiram fechar um acordo pagando R$ 75 mil com o compromiss­o de adotar medidas que garantam a livre concorrênc­ia.

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