Socióloga formada pela PUC-Rio e mestre em administração pública pela Universidade
DO RIO
A vereadora Marielle Franco (PSOL), de 38 anos, foi assassinada a tiros na noite desta quarta-feira (14) no Estácio, na zona norte do Rio.
O motorista do carro em que ela estava, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma assessora da vereadora, chamada Fernanda, foi atingida por estilhaços, mas sobreviveu. Ela irá prestar depoimento na Delegacia de Homicídios.
Testemunhas ouviram cerca de dez tiros no momento do crime, pouco após as 21h30, na rua Joaquim Palhares, que foi interditada pela polícia para realização de perícia.
A vereadora era aliada do deputado estadual Marcelo Freixo, também do PSOL e que ficou em segundo lugar na eleição para prefeito do Rio. Ele foi até o local onde Marielle morreu, onde disse que todas as características do crime são de execução e que vai cobrar providências.
Segundo ele, nem o partido e nem a família de Marielle sabiam de ameaças contra ela. Ela também não teria relatado ameaças a amigos. Para ele, a morte de Marielle “é um crime contra a democracia, um crime contra todos nós.”
“Era uma pessoa muito importante na luta contra o racismo no Rio”, disse Freixo.
Nascida e criada no complexo de favelas da Maré, uma das regiões mais violentas da cidade, Marielle era militante em direitos humanos, crítica da violência policial e havia sido nomeada relatora da comissão que acompanhará a intervenção federal na segurança pública do Rio.
A secretaria de comunicação da Presidência da República disse que a gestão Michel Temer (MDB) acompanhará a apuração do crime.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição. BATALHÃO Federal Fluminense, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio na última eleição, com 46.502 votos.
Ela criticava a intervenção federal na segurança fluminense, decretada em meio à escalada da violência no estado. “É farsa mesmo. Tem a ver com a imagem da cúpula da segurança pública, com a salvação do PMDB, tem relação com a indústria do armamentismo”, afirmou.
No último sábado (10), Marielle publicou texto em suas redes sociais denunciando abusos do 41º batalhão da PM contra moradores da favela de Acari, na zona norte.