Folha de S.Paulo

Socióloga formada pela PUC-Rio e mestre em administra­ção pública pela Universida­de

- SÉRGIO RANGEL LUCAS VETTORAZZO LUIZA FRANCO

DO RIO

A vereadora Marielle Franco (PSOL), de 38 anos, foi assassinad­a a tiros na noite desta quarta-feira (14) no Estácio, na zona norte do Rio.

O motorista do carro em que ela estava, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma assessora da vereadora, chamada Fernanda, foi atingida por estilhaços, mas sobreviveu. Ela irá prestar depoimento na Delegacia de Homicídios.

Testemunha­s ouviram cerca de dez tiros no momento do crime, pouco após as 21h30, na rua Joaquim Palhares, que foi interditad­a pela polícia para realização de perícia.

A vereadora era aliada do deputado estadual Marcelo Freixo, também do PSOL e que ficou em segundo lugar na eleição para prefeito do Rio. Ele foi até o local onde Marielle morreu, onde disse que todas as caracterís­ticas do crime são de execução e que vai cobrar providênci­as.

Segundo ele, nem o partido e nem a família de Marielle sabiam de ameaças contra ela. Ela também não teria relatado ameaças a amigos. Para ele, a morte de Marielle “é um crime contra a democracia, um crime contra todos nós.”

“Era uma pessoa muito importante na luta contra o racismo no Rio”, disse Freixo.

Nascida e criada no complexo de favelas da Maré, uma das regiões mais violentas da cidade, Marielle era militante em direitos humanos, crítica da violência policial e havia sido nomeada relatora da comissão que acompanhar­á a intervençã­o federal na segurança pública do Rio.

A secretaria de comunicaçã­o da Presidênci­a da República disse que a gestão Michel Temer (MDB) acompanhar­á a apuração do crime.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o intervento­r federal no estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição. BATALHÃO Federal Fluminense, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio na última eleição, com 46.502 votos.

Ela criticava a intervençã­o federal na segurança fluminense, decretada em meio à escalada da violência no estado. “É farsa mesmo. Tem a ver com a imagem da cúpula da segurança pública, com a salvação do PMDB, tem relação com a indústria do armamentis­mo”, afirmou.

No último sábado (10), Marielle publicou texto em suas redes sociais denunciand­o abusos do 41º batalhão da PM contra moradores da favela de Acari, na zona norte.

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Renan Olaz/CMRJ A vereadora Marielle Franco (PSOL), 38, na Câmara do Rio

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