Folha de S.Paulo

Em cima da hora Biblioteca Nacional vai periciar cerca de 30 obras do Itaú Cultural

Acordo de colaboraçã­o foi firmado entre as instituiçõ­es para eliminar dúvidas sobre origem de peças hoje na coleção de São Paulo

- IVAN FINOTTI

O Itaú Cultural e a Biblioteca Nacional do Rio firmaram na quarta (14) um acordo segundo o qual cerca de 30 outras gravuras do instituto paulista poderão passar por perícia ainda neste mês.

A suspeita é que possam ter sido furtadas da instituiçã­o carioca e incorporad­as ao acervo da coleção Brasiliana, mantida pelo banco.

“Existem entre 27 e 30 obras que identifica­mos no catálogo da coleção”, afirmou a presidente da Biblioteca, Helena Severo.

“Gravuras semelhante­s [às que serão submetidas a perí- cia] foram levadas daqui, mas é preciso análise cuidadosa, porque gravura não é obra única. Acertamos essa colaboraçã­o em conjunto.”

De acordo com Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, “o termo está sendo elaborado pelos advogados e pode ser assinado já na semana que vem”.

Saron foi pessoalmen­te ao Rio nesta quarta levar as oito gravuras de Emil Bauch que poderiam ser as furtadas da Biblioteca Nacional em 2004.

“Como instituiçã­o privada, vamos pagar passagens e hospedagen­s e, assim, facilitar a vinda das técnicas da Biblioteca Nacional a São Paulo”, disse Saron.

“Esperamos que isso possa se tornar uma nova norma ou diretriz que aponte o caminho para tratarmos de obras raras no Brasil.”

A Folha publicou na edição desta quarta (14) reportagem sobre as suspeitas em torno das obras de Bauch, elaborada a partir de carta enviada ao jornal pelo ladrão Laéssio Rodrigues de Oliveira.

Na missiva, Laéssio sustenta que as gravuras feitas pelo artista alemão em 1852 e que hoje integram o acervo do Itaú Cultural são as mesmas oito imagens que ele subtraiu da Biblioteca Nacional há 14 anos.

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