Folha de S.Paulo

Escala longa é chance de explorar a cidade

Circuito de lazer da capital inglesa é cheio de possibilid­ades para turista que tem 12 horas entre um voo e outro

- LEÃO SERVA

FOLHA

Brasileiro­s que voltam de longe para casa, passando por um dos grandes “hubs” aéreos europeus, como o britânico Heathrow, frequentem­ente se veem numa situação: o voo chega de manhã e a conexão parte à noite.

Em vez de ver a bunda acordar quadrada, que tal aproveitar a chance de uma viagem relâmpago a Londres, fazer alguns de seus melhores passeios, sem ter que pagar hospedagem?

Como todas as grandes metrópoles, a cidade tem um circuito de lazer cheio de possibilid­ades para todos os gostos. Mas, para passeios ao longo do dia, os museus são obrigatóri­os, como templos da cultura do passado e do presente.

Desde quando era o centro do mundo, Londres tem também o melhor circuito teatral do planeta, mas, como as performanc­es costumam ser à noite, peças ou musicais só são possíveis para quem dormir na cidade.

Estas são quatro sugestões de roteiros pensando no caso de alguém que tenha cerca de 12 horas em Londres, chegando ao aeroporto internacio­nal, por exemplo, em um voo da Índia, em torno das 6h, e saindo para o Brasil em torno das 21h.

Consideran­do uma hora para passar pela migração e, mais tarde, duas horas para os controles de passaporte e segurança, restarão cerca de 12 horas entre a saída e a volta à estação de metrô do terminal aéreo.

Na estação de metrô de seu terminal em Heathrow, compre o passe “One Day Travel Card” para zonas 1-6 (£ 17,20, ou R$ 78,14), que dá direito a ida e volta do aeroporto ao centro e passagens de ônibus e metrô durante o dia.

Para aproveitar suas 12 horas, otimize as coisas: é preciso descomplic­ar, despachar as malas direto para o destino final (não perder tempo com elas no aeroporto de Heathrow) e já ter o cartão de embarque no voo para o Bra- sil; levar uma mochila que inclua um kit de higiene e uma muda de roupa para vestir ao fim do dia.

E ter nos pés um calçado bem confortáve­l, para andar bastante e aproveitar o máximo de sua jornada relâmpago. Londres é famosa pelas chuvas (hoje menos frequentes que no passado); por isso, é convenient­e ter uma capa leve ou um guarda-chuva.

Também não deixe de comprar ou reservar com antecedênc­ia os programas que quiser fazer, para não se frustrar com imensas filas ou ingressos esgotados. Os ingleses preparam seus passeios com muita antecedênc­ia.

Nunca me esqueço do vizinho que me convidou para jantar em sua casa e, quando topei, ele abriu a agenda e sugeriu uma noite três meses à frente! Acostumado à moda brasileira, aquilo me pareceu igual a combinar um encontro para 2024...

Pois hoje, ao final do inverno local, todos já estão planejando os fins de semana do verão, das férias de julho e até comprando tickets para shows que vão acontecer entre setembro e novembro. Então, não corra riscos, garanta os ingressos que puder.

E aproveite o caminho entre uma vista e outra: um dos charmes de Londres está nas caminhadas por seus parques, calçadas, praças e na fachada de seus prédios públicos. Levante a cabeça e vá em frente. Na capital inglesa, como disse o poeta, se faz o caminho ao andar.

As grandes instituiçõ­es londrinas trabalham com um calendário que acompanha as estações, mudando as principais exposições entre o fim de março e o começo de abril, ao fim do inverno do hemisfério Norte. Assim, se você vai a Londres nas próximas semanas, pode ter um roteiro diferente de quem for em maio, por exemplo.

A grande estrela da temporada cultural do inverno, ainda em cartaz, é uma pequena escultura apelidada “Homem-Leão”, feita de marfim de mamute há 40 mil anos, quando o mundo ainda vivia coberto de gelo e leões povoavam a Europa.

É uma das mais antigas manifestaç­ões estéticas conhecidas, exposta no British Museum (até o dia 8/4), em meio a uma grande mostra sobre a tendência humana para a fé religiosa.

Desta temporada que termina, ainda há tempo para ver a grande mostra de Modigliani na Tate Modern (até 2/4); as obras colecionad­as pelo rei Charles 1º, na Royal Academy (até 15/4); os trabalhos dos pintores franceses que se exilaram em Londres no final do século 19, na Tate Gallery (até 7/5), entre outros eventos.

Alguns desses grandes museus são tão ricos que talvez 12 dias não fossem suficiente­s para conhecer a coleção de um deles. Mas como nosso viajante só tem 12 horas, a ideia é apostar em umas poucas maravilhas.

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