Milhares protestam em São Paulo e no Rio contra mortes
Gritos e cartazes homenageavam Marielle e o motorista Anderson, além de criticar PM e intervenção militar
Diversas cidades do país também tiveram atos; pessoas acenderam velas e entoaram ‘Marielle, presente’ DO RIO
Milhares de pessoas protestaram pelo país contra o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.
As maiores manifestações foram no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas diversas outras cidades também tiveram atos menores, como Belo Horizonte, Salvador e Brasília.
Na avenida Paulista, a concentração ocorreu em frente ao Masp. O protesto chegou a tomar as duas pistas e seguiu até a praça Roosevelt.
Aos gritos de “não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar” e “Marielle, presente”, os manifestantes também afixaram cartazes, acenderam velas e riscaram paredes e pontos de ônibus.
“O ato é um alento para a alma”, disse a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL), que era amiga de Marielle. O protesto se dispersou por volta das 22h.
No Rio, as manifestações ocorreram na região central. No final da manhã, um grupo se reuniu em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia, onde foram velados os corpos.
No início da noite, uma multidão em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do RJ) pedia por justiça —a PM não divulga estimativas de público.
Parte dos grupos apoiava Lula à Presidência e outros, o PSOL. Para Vinícius Brandão, 18, do PCB, as divergências eleitorais foram ignoradas nesta quinta. “A luta da Marielle era pelos trabalhadores.”
Em coro, cantavam “sem hipocrisia, a PM mata gente todo dia”. Também houve homenagens ao motorista, com gritos de “Anderson, presente”.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) discursou em frente à Alerj. “Nem que seja a última coisa que eu faça na vida, vamos descobrir quem fez essa covardia.”
À noite, em show no Jardim Botânico, o cantor Caetano Veloso definiu o crime como “gesto brutal de forças obscuras” e, junto a Maria Gadu, também saudou Marielle e Anderson, presentes.
Repercussão do crime na mídia internacional