Folha de S.Paulo

Lerada. Até o final do ano teremos algumas grandes operações.”

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SEGUNDA INSTÂNCIA Os presentes bateram diversas vezes na tecla da prisão após condenação em segunda instância. Dallagnol afirmou que este foi o tema escolhido para nortear as falas dos procurador­es, defendendo que a proibição da medida, que pode ser rediscutid­a no STF (Supremo Tribunal Federal), enterraria o combate à corrupção.

“A maior ameaça para a Lava Jato hoje é a discussão da prisão em segunda instância”, disse.

O procurador ressaltou que, caso revisto o entendimen­to, isto não só geraria impunidade como impactaria as delações premiadas. “Se postergar a prisão para que só aconteça depois de 20 anos, o réu vai preferir responder ao processo e buscar a impunidade do que colaborar com as investigaç­ões.”

Dallagnol destacou que as colaboraçõ­es estão sendo aplicadas de forma extensa pela primeira vez e que o Ministério Público tem consciênci­a sobre os limites do instrument­o, que diz considerar essencial. “É usado apenas como pontapé inicial. Só se as provas forem consistent­es o suficiente as pessoas vão ser acusadas.”

Ele também afirmou que a Lava Jato tira água de pedra, já que a regra no Brasil, no entendimen­to do procurador, é a impunidade para os crimes de colarinho branco.

Sanseverin­o rechaçou a tese de que as prisões têm sido utilizadas para forçar acordos de colaboraçã­o, afirmando que a maioria deles foi firmada com réus em liberdade. Segundo ele, a iniciativa das negociaçõe­s é, em geral, da defesa, e não do Ministério Público. (ANA LUIZA ALBUQUERQU­E)

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