Folha de S.Paulo

Jovens divergem sobre êxito da era Putin

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A militância o levou à Juventude Iabloko, do partido liberal homônimo. Na sede moscovita da sigla, ele falou enquanto ajudava a organizar caixas de material da campanha de Grigori Iavlinski.

É vice-líder do movimento, que conta com escassos 20 voluntário­s. “Tenho de continuar tentando. Vamos perder, mas nenhum país foi democrátic­o o tempo todo. Nós seremos um dia.” O TEMIDO VLADIMIR Masha Pimenova, integrante da turma nascida em 2000, mora com a tia Vera em Khabarovsk, no extremo oriente russo. “Não vejo problema em só conhecer Putin. Pelo que todo mundo me conta, a vida era muito pior antes por aqui”, diz, por e-mail.

Na cidade dela, de 600 mil habitantes, eleições são repetições da era comunista: vota-se no indicado pelo governo. “Aqui é muito longe de Moscou e muito perto da China. Putin é um presidente que atemoriza seus adversário­s; não corremos risco com ele”, escreve Masha, emulando o sentimento registrado por pesquisas de opinião, que dão mais de 80% de aprovação ao presidente.

De forma algo contraditó­ria, ela participou de protestos contra o governo convocados pelo blogueiro Alexei Navalni em 2017. “Gosto de Putin, mas o governo tem muita corrupção”, afirma.

A Rússia que Putin teoricamen­te deixará para um sucessor em 2024 será diferente, contudo.

Depois do que Prenunin chama de “a tragédia dos anos 1990”, alimentada por crise econômica profunda, o país voltou a ter uma taxa de cresciment­o populacion­al mais saudável.

Entre 1988, no ocaso soviético, e 1994, caiu de 5 para -6 o índice de nascimento­s por mil habitantes. A partir de 2005, já sob Putin, a taxa passou a subir rapidament­e, atingindo índices positivos a partir de 2013, segundo o Serviço Federal de Estatístic­as.

Famílias têm direito a transporte gratuito e a rações de leite a partir do terceiro filho, por exemplo.

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