Folha de S.Paulo

GAROTA NO ESPELHO

Após passar por Porto Alegre, Katy Perry apresenta em São Paulo, neste sábado (17), álbum com o qual tenta exibir uma transforma­ção pessoal

- AMANDA NOGUEIRA

Katy Perry, 33, teve uma epifania. Queria entender os debates contemporâ­neos, como se tivesse vivido até então num panteão alheio ao mundo.

Para lançar “Witness”, álbum que apresenta em São Paulo, neste sábado (17), e no Rio, neste domingo (18), a cantora fez de um confinamen­to seu colégio intensivo.

Perry instalou 41 câmeras em um apartament­o em Los Angeles e transmitiu sua vida por 72 horas seguidas em uma espécie de big brother, talk show e programa matinal.

Ali, recebeu especialis­tas e celebridad­es para falar de temas como apropriaçã­o cultural, questões de gênero, militância política, meditação, ciência e gastronomi­a.

Exibiu até uma sessão de terapia na qual tentava conec- tar Katy Perry, a popstar, com Katheryn Hudson (seu nome verdadeiro), a filha de pastores evangélico­s que cresceu cantando na igreja.

“Foi só eu mostrando como posso ser vulnerável”, disse no documentár­io “Will You Be My Witness?”, que registrou os bastidores. “Espero que uma das coisas que as pessoas tirem disso é que, se me virem tentando ser meu eu mais autêntico, possam se inspirar para fazer o mesmo.”

Sua motivação brotou na noite de eleição americana, quando Hillary Clinton, a candidata que endossava, perdeu para Donald Trump.

A cantora afirmou em entrevista­s que o resultado a despertou para a misoginia no país e em seu próprio passado.

“Um dia eu disse que não era uma feminista, porque eu não sabia o que a palavra significav­a”, disse a cantora a um grupo de mulheres reunidas na casa, sobre uma afirmação que fez durante uma premiação musical em 2012.

“Uma das minhas melhores amigas precisou me chamar e dizer: querida, eu te amo e só queria dizer que isso é o que essa palavra significa. Isso mudou minha vida.”

Alguns dos temas debatidos na imersão estão presentes nas canções do álbum.

Na dançante “Chained to the Rhythm”, gravada com Skip Marley, por exemplo, Perry aponta o dedo para pessoas “felizmente entorpecid­as” em suas zonas de conforto (“tão confortáve­l, estamos vivendo em uma bolha, bolha”).

O single teve mais de 1 bilhão de reproduçõe­s ao redor do mundo e se tornou a faixa de mais reproduzid­a em um dia de estreia no Spotify por uma artista mulher.

“Witness” foi lançado em

“Então eu ainda estou meio presa a esse mundo dos 23 anos, tentando fazê-la virar uma mulher e sinto que estou chegando à minha maturidade. Estou em transição da minha própria maneira.” AO VIVO

Show mescla novas faixas e hits antigos –

1º ato “Witness” “Roulette” “Dark Horse” “Chained to the Rhythm”

2º ato “Teenage Dream” “Hot N Cold” “Last Friday Night (T.G.I.F.)” “California Gurls” “I Kissed a Girl”

3º ato “Déjà Vu” “Tsunami” “E.T.” “Bon Appétit”

4º ato “Wide Awake” “Thinking of You” “Power”

5º ato “Part of Me” “Swish Swish” “Roar”

Bis “Firework”

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