Folha de S.Paulo

Municipais e dizem ter que agir antes para prevenir possíveis erros do Executivo.

- GUILHERME SETO

DE SÃO PAULO

Um relatório elaborado pelos auditores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo —e obtido com exclusivid­ade pela Folha— elenca diversos problemas técnicos e jurídicos no projeto de lei de reforma da previdênci­a municipal proposto pelo prefeito João Doria (PSDB).

O texto do TCM será distribuíd­o aos vereadores e deve acirrar ainda mais os ânimos no debate do tema e os obstáculos da gestão tucana para aprovar a proposta.

Atualmente, Doria tem dificuldad­es em conseguir apoio de ao menos 28 dos 55 vereadores para ter a aprovação do projeto no Legislativ­o.

De um lado, servidores pressionam para que a proposta, que prevê aumento da alíquota de contribuiç­ão de 11% para 14%, seja extinta. Nesta terça (20), eles fizeram mais um ato em frente à Câmara, com milhares de manifestan­tes contra a mudança.

O Executivo, de outro lado, justifica a necessidad­e do projeto com levantamen­tos sobre a evolução do déficit do sistema previdenci­ário.

A auditoria do tribunal foi motivada por solicitaçã­o do vereador Adilson Amadeu (PTB), que tem questionad­o as lacunas do projeto de lei.

Doria tem tido uma relação tensa com o TCM ao longo de sua gestão. Ao ver seus projetos barrados pelo tribunal, especialme­nte aqueles que fazem parte do pacote de privatizaç­ões, ele disse que o tribunal exagera em suas funções e prejudica a cidade.

Aliados do prefeito na Câmara também chegaram a se mobilizar e discutir até mesmo a extinção do TCM.

Conselheir­os do tribunal, por sua vez, apontam limitações técnicas nos projetos RELATÓRIO De saída, o relatório do TCM, que tem caráter preliminar, critica o que chama de “rapidez”, “açodamento” e falta de discussão do projeto da previdênci­a da gestão Doria com a sociedade. Trata-se de uma queixa que tem sido repetida continuame­nte pelos sindicatos de servidores.

O relatório reconhece a existência de déficit previdenci­ário que poderá vir a compromete­r a capacidade da prefeitura de honrar com compromiss­os futuros.

No entanto, afirma que o projeto do tucano peca no embasament­o técnico, contém inconstitu­cionalidad­es, possui trechos com possível “caráter de confisco” e se insere em um momento incerto para definições sobre a Como é hoje Proposta da prefeitura > Criar uma nova previdênci­a pública para quem entrar depois da aprovação da lei, separada do sistema atual e baseada em capitaliza­ção (cada funcionári­o tem sua própria conta) > Passar imóveis e outros bens em desuso

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Servidores fazem protesto em frente à Câmara Municipal contra projeto da gestão Doria para a previdênci­a paulistana

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