Padre sorridente, foi da guerra ao sacerdócio
O ano era 1954. O italiano Armando Brédice, recém-ordenado padre, precisava decidir qual seria sua primeira missão. “África!”, disse sem pestanejar o jovem de apenas 1,55 m de altura e um sorriso que nunca deixava seu rosto.
Mas seus superiores tinham outra ideia, e em alguns meses estava ele desembarcando no porto de Santos, no litoral paulista. “Nem sabia o que era a América ou que o Brasil existia até então”, chegou a confessar anos depois.
Nascido em San Marco de La Catola, ele teve uma criação religiosa e chegou a ser coroinha de são Pio de Pietrelcina, mas decidiu pelo sacerdócio mais velho, após atuar como intérprete na 2ª Guerra.
Deixou a namorada, Maria, com quem manteve amizade até a morte dela, em 2006, e entrou para a congregação Servos da Caridade, em Milão.
Já padre, passou pelo Paraguai e algumas cidades brasileiras antes de se fixar em Brasília. Chegou em 1983 e decidiu nunca mais deixá-la.
Dedicado e firme no que queria, ele construiu escolas, creches e ajudou comunidades. Tinha o dom para convencer políticos, reunir fiéis e administrar, conta o amigo Henrique. Chegou a ganhar o apelido de Mosquitinho Elétrico de dom Paulo Evaristo Arns, por sua estatura e energia.
Rezava o terço todos os dias, assim como fazia a missa e comungava —mesmo na cadeira de rodas. A última celebração foi dia 1º, um dia antes de ser internado devido a uma pneumonia. Morreu duas semanas depois, aos 100 anos. Deixa três irmãos na Itália e uma comunidade em Brasília.
A missa de 7º dia será nesta quarta (21), às 19h, na Paróquia Sta. Teresinha, Brasília.
coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA Nesta quarta (21), às 11h, na Paróquia N. Sra. Mãe do Salvador (Cruz
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