Folha de S.Paulo

LONGO TEMPO

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Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) compartilh­am a ideia, que já circula no PT, de que Lula pode passar uma longa temporada na cadeia caso sua prisão seja efetivada.

Um dos magistrado­s que tenta evitar a detenção do petista afirma que o desgaste para tirá-lo de uma penitenciá­ria seria muito maior do que o imposto agora aos que se alinham com a tese contrária à prisão depois de condenação em segunda instância.

A situação de Lula ficaria agravada com outras condenaçõe­s que devem ocorrer contra ele nos próximos meses —uma delas, a do sítio de Atibaia.

Magistrado­s dos dois grupos em que se divide hoje o STF —os que são contra a revisão da prisão depois de condenação em segunda instância e os que querem modificar a regra concordam em um ponto: Cármen Lúcia torce para que o ministro Edson Fachin leve o habeas corpus de Lula em pauta, apesar de se dizer contra a ideia.

Um deles afirmou à coluna entender que, com isso, ela sai bem na foto pois não pautou o habeas corpus —e, ao mesmo tempo, se livra da responsabi­lidade de ser a pessoa determinan­te na prisão do petista. Já outro magistrado diz acreditar que ela faz contas e sabe que, na análise específica de seu caso, Lula perde.

A presidente da corte apostaria que Rosa Weber pode até votar para modificar a regra da execução provisória da pena —mas seguiria a norma até que ela fosse alterada. Por isso, votaria contra o habeas corpus de Lula, impondo a ele uma derrota.

E o STF deve analisar nesta quarta (20) a constituci­onalidade da condução coercitiva, habitual na Operação Lava Jato. O ministro Gilmar Mendes já concedeu liminar proibindo que elas ocorram para interrogar investigad­os.

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