Folha de S.Paulo

Festival É Tudo Verdade terá edição mais enxuta

Evento perdeu patrocinad­ores, mas aposta em forte seleção brasileira

- PRISCILA CAMAZANO

Após exibição em Berlim, ‘O Processo’, sobre impeachmen­t de Dilma, chega à mostra fora da competição

A 23ª edição do festival É Tudo Verdade, que acontece de 12 a 22 de abril, será menor neste ano, mas trará um número recorde de documentar­istas brasileiro­s participan­do da competição.

Ao todo, serão exibidos 55 filmes (contra 82 do ano passado). Entre eles, 32 nacionais e 23 estrangeir­os.

O encolhimen­to aconteceu após o evento perder o patrocínio da Petrobras e do BNDES. Com isso, alcançou apenas dois terços da arrecadaçã­o prevista. No lugar do apoio das instituiçõ­es do governo federal, o festival ganhou incentivo do Sesc, que apoia o evento junto com o Itaú Cultural.

“O evento está um pouco menor, mas não menos vigoroso”, afirma Amir Labaki, criador do festival, na apresentaç­ão do evento à imprensa na manhã de terça-feira (20). “E com uma safra brasileira particular­mente muito forte”, completa.

O festival acontece em São Paulo (em locais como Itaú Cultural, IMS Paulista e CCSP) e no Rio (ainda não definido).

Na capital paulista, “Adoniran - Meu Nome é João Rubinato”, de Pedro Serrano, abre o festival oficialmen­te no dia 11 de abril, no Auditório Ibirapuera. No documentár­io, a vida e a obra do cantor paulista Adoniran Barbosa (19101982) é narrada a partir de imagens de arquivo e depoimento­s de amigos e familiares.

Já no Rio, o evento abre no dia 12 de abril, na Cinemateca do MAM, com o documentár­io “Carvana”, de Lulu Corrêa, que retrata os 60 anos de carreira do ator e diretor carioca Hugo Carvana (1937-2014).

Apresentad­o recentemen­te no Festival de Berlim, “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, será exibido fora da competição. O longa mostra os bastidores do impeachmen­t da ex-presidente Dilma Rousseff. Também de Berlim chega “Ex-Pajé”, de Luiz Bolognesi, que disputa a competição de longas ao lado de seis concorrent­es.

Na esteira dos acontecime­ntos recentes no Rio, chama a atenção o longa “Auto da Resistênci­a”, que retrata homicídios praticados pela polícia contra civis.

A homenagead­a deste ano será a diretora americana Pamela Yates, documentar­ista que se dedica a temas relacionad­os aos direitos humanos e à América Latina. A diretora participa de debates no Rio, no dia 14 de abril, e em São Paulo, no dia 18 de abril.

Outra novidade do ano será a exibição online, no site do Itaú Cultural, de cinco filmes produzidos por diretoras brasileira­s que se destacaram nas edições passadas do festival.

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