Sócia de vencedora foi acusada de pagar propina
DE SÃO PAULO
O escândalo da PPP (Parceria Público-Privada) de iluminação pública da cidade de São Paulo, revelado na terça-feira (20), não é o primeiro da Consladel, empresa que faz parte do consórcio vencedor ao lado da FM Rodrigues.
A companhia, que pouco tem se manifestado durante os imbróglios judiciais em torno da licitação, é investigada desde 2013 por supostos pagamentos de propinas a funcionários da Prefeitura de São Paulo durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD).
Os pagamentos teriam como objetivo fraudar licitações de iluminação na capital paulista, segundo investigação do Ministério Público de São Paulo.
O inquérito, que é sigiloso, apontou a existência de um suposto esquema de favorecimento a empresas em licitações de iluminação pública na capital, com a inserção de cláusulas restritivas nos editais e ajuste de propostas entre concorrentes.
Na investigação, o nome do ex-diretor do Ilume (departamento de iluminação pública da capital) Paulo Candura aparecia como um dos favorecidos em uma “lista de propinas”.
A investigação deu origem a uma ação em 2013, em que o Ministério Público pedia a quebra dos sigilos bancários e informações fiscais dos acusados, especialmente durante o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2011.
Após uma série de recursos por parte dos acusados —que afirmaram que as acusações eram improcedentes—, a quebra de sigilo não ocorreu até agora, e a investigação não foi adiante.
No entanto, uma recente decisão, emitida na terça-feira, determinou a execução da sentença em um prazo de 180 dias —o que significa que nos próximos meses a quebra de sigilo deverá se concretizar. OUTRO LADO Procurada, a prefeitura da capital disse, em nota, que todas as certidões solicitadas ao consórcio FM Rodrigues/Consladel foram apresentadas e não constava nenhuma restrição contra a empresa que impedisse a contratação do consórcio.
“[A] situação [é] diferente [da] do consórcio Walks, excluído da licitação da PPP por ser integrado por empresa considerada inidônea pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e pela Controladoria-Geral da União”, afirmou a nota.
A FM Rodrigues afirmou, também em nota, que “os representantes do consórcio consideram a Consladel apta a disputar a PPP”.
A reportagem não conseguiu contatar a Consladel — que não tem sítio eletrônico— até a conclusão desta edição. O advogado Alberto Toron —indicado pela FM Rodrigues como o representante legal da Consladel— não respondeu às ligações da reportagem. (TH)