Tiroteio na Rocinha mata PM e morador
Outros dois policiais foram mortos no Rio nesta quarta, elevando o total a 30 só em 2018
Um policial militar e um morador foram mortos na noite desta quarta (21) na Rocinha, na zona sul do Rio. Ambos foram baleados durante tiroteio iniciado no largo do Boiadeiro. O PM morto é o terceiro em um único dia: além dele, morreram nesta quarta um sargento na Baixada Fluminense e um cabo na região dos Lagos (este, de folga).
Esse é mais um dia de violência no Rio em meio à intervenção federal na segurança pública do estado.
A medida, inédita, foi anunciada pelo presidente Michel Temer (MDB) em 16 de fevereiro, com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB. Temer chegou ao Rio na noite desta quarta e disse que a intervenção irá, em breve, levar à queda de “várias espécies delituosas”. Ele ainda afirmou que liberará cerca de R$ 1 bilhão para a ação “em dois ou três dias”.
O confronto entre traficantes e policiais da UPP teve início por volta das 20h15. De acordo com policiais do 23º BPM (Leblon), as vítimas foram socorridas para o hospital, mas não resistiram.
O morador morto foi identificado como Antonio Ferreira da Silva. Ele tinha uma barraca na região. O nome do PM ainda não foi divulgado.
Em redes sociais, moradores relataram outros confrontos em várias localidades da Rocinha após as mortes. O tiroteio recomeçou no largo do Boiadeiro perto das 21h e durou cerca de 20 minutos.
Pela manhã, o sargento Maurício Chagas Barros, 37, foi morto em uma operação no Gogó da Ema, em Belford Roxo, Baixada Fluminense.
Além deles, o cabo Luciano Batista Coelho, 39, morreu em Cabo Frio, na região dos Lagos. Ele tentou impedir um assalto numa loja por volta das 19h e foi atingido pelos criminosos. Coelho estava de folga e trabalhava como segurança de uma farmácia na região.
Com as três mortes, o Rio contabiliza 30 policiais militares mortos em 2018. (SÉRGIO RANGEL E LUCAS VETTORAZZO)
- O presidente Michel Temer disse nesta quarta (21) que a presença do interventor e das Forças Armadas no Rio já é, por si só, um conforto para a população.
“É claro que ele [crime] reage. Mas causa impacto no banditismo e dá, de alguma maneira, conforto para aqueles mais vulneráveis”, disse Temer em reunião do conselhão (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social). A morte da vereadora Marielle Franco ficou fora do discurso.