Folha de S.Paulo

Programa em Goiás incentiva usinas solares

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COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Em Goiás, apesar de a biomassa ser a grande fonte de energia renovável —à parte as usinas hidrelétri­cas—, a energia solar também tem atraído a atenção do governo local.

O estado tem incentivad­o projetos nessa área desde 2011, mas as iniciativa­s eram até então muito isoladas. Em 2016, em busca de um projeto mais abrangente, o governo promoveu encontros entre empresário­s e universida­des para discutir o tema. Surgiu daí, em fevereiro de 2017, o programa de incentivo Goiás Solar.

Apesar de partir de números muito pequenos, já que a participaç­ão da energia solar na matriz energética do Brasil é insignific­ante, com menos de 0,1%, o cresciment­o dessa fonte de energia em Goiás neste primeiro ano de vida do programa impression­a.

Em fevereiro do ano passado, havia no estado cerca de 170 usinas solares, que produziram 1.300 kW naquele mês. Em dezembro já foram cerca de 7.000 kW produzidos. O balanço de fevereiro deste ano mostra que a produção ultrapasso­u 8.500 kW e que as usinas se multiplica­ram — já são 605 em atividade.

Com isso, Goiás passou do 16º para o 8º lugar entre os estados na geração de energia solar no Brasil. E registrou dois recordes.

Em junho de 2017, foram instaladas 2.800 placas sobre o telhado de um supermerca­do atacadista em Goiânia. Os cerca de 8.000 m² ocupados pelos painéis representa­m a maior usina fotovoltai­ca em área urbana do Brasil e vão gerar por ano 1.500 MWh, ou 40% da demanda da loja.

Já em Cristalina, a cerca de 130 km de Brasília, a fazenda Figueiredo, que produz 23 mil litros de leite por dia, é a primeira do país a ter uma usina fotovoltai­ca flutuante. Além de gerar energia capaz de suprir a demanda de 170 casas populares, as placas flutuantes reduzem em 70% a evaporação do lago.

Há ainda outra vantagem. “Pode parecer estranho, mas as placas solares não gostam de calor, elas gostam de luz. Então, devido ao resfriamen­to natural provocado pela água do lago, os painéis flutuantes acabam tendo eficiência 14% superior à dos painéis colocados no chão ou em telhados”, diz Rodrigo Costa Silveira, gerente de energia e telecomuni­cações da Secima (secretaria de meio ambiente de Goiás). (LAT)

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