Obra começou a ser feita há 19 anos e teve três empreiteiras
O Projeto de Irrigação do Baixio de Irecê, inaugurado pelo presidente Michel Temer nesta sexta-feira (23) no interior da Bahia, já estava com o canal de 42 quilômetros construído havia mais de quatro anos.
A obra começou em 1999 e foi tocada por três empreiteiras diferentes.
O esforço político para inauguração veio em ano de eleição, no momento em que Temer passou admitir se lançar à corrida pelo Palácio do Planalto.
A estratégia, mencionada por Temer e pelo ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (MDB), em seus discursos, é fazer da entrega de obras inacabadas uma marca do governo.
Moradores da região reclamam da demora na implan- tação da irrigação, que até hoje não funciona.
“Faltou vontade política para inaugurar”, diz o taxista Joseney Silva Santos, 59. “A vontade do nordestino é produzir agricultura, mas não tem condições. Só através do governo mesmo.”
O objetivo do projeto é captar água do rio São Francisco e distribuir a 16,5 mil hectares de terras entre XiqueXique e Itaguaçu da Bahia, a 590 quilômetros de Salvador, para impulsionar a agricultura no semiárido baiano.
Desde 2013, porém, faltavam obras complementares, como comportas e estações, por exemplo, para o empreendimento da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), empresa pública ligada ao Ministério da Integração Nacional.
O entrave maior para o funcionamento eram ques- tões burocráticas. Faltava definir o modelo para implantação e exploração da irrigação. Enquanto isso, o governo gastava R$ 6 milhões ao ano somente para manutenção, vigilância e fornecimento de energia para o projeto parado.
A ideia inicial era transformar a região num polo de produção de etanol e, para isso, a Codevasf pretendia lançar uma Parceria PúblicoPrivada. Com a queda do preço do álcool, as empresas desistiram de investir no projeto e foi preciso adaptá-lo para agricultura em geral.
Por meio de uma licitação, a Codevasf definiu a divisão e cessão das terras irrigáveis.
A empresa Irriga Bahia é responsável por operar a captação e distribuição de água para suas terras e também para outras propriedades de médio e pequeno porte.
Cerca de uma centena de empresários terão lotes de 15 a 100 hectares. Pequenos agricultores ocuparão 50 lotes de seis hectares, mediante pagamento mensal à Codevasf por 35 anos.
DE SÃO PAULO
A Guararapes, dona da rede de lojas de vestuário Riachuelo, confirmou nesta sexta-feira (23) que o vicepresidente e diretor de relações com investidores da companhia, Flávio Rocha, deixará a companhia para ser candidato à Presidência da República neste ano.
Segundo a empresa, Rocha continuará a exercer suas funções nos cargos que ocupa até o término do mandato, em 26 de abril.
“No entanto em razão do tempo a ser depreendido no exercício das atividades de candidato à Presidência da República, a companhia informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que Flávio Rocha não será indicado para reeleição”, diz trecho do comunicado.
A principal dificuldade de Rocha para se lançar como postulante ao Palácio do Planalto é encontrar uma legenda que aceite abrigá-lo.
Ele tem afirmado que no momento conversa com seis partidos políticos para definir a sua filiação, entre eles o PRB, legenda ligada à Igreja universal do Reino de Deus.
O empresário também tem relações com o grupo MBL (Movimento Brasil Livre), que se notabilizou durante as manifestações em defesa do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.
Rocha também já foi mencionado como possível vice na chapa presidencial de Jair Bolsonaro (PSL), mas descartou a hipótese, entre outros motivos, pelo que considerou tendências estatizantes do deputado-federal.
Não seria a primeira disputa de Rocha.
Em 1994, ele tentou ser presidente pelo extinto PL, mas desistiu no meio da campanha.