Folha de S.Paulo

País abre 61,2 mil postos de trabalho formais em fevereiro

Embora o quadro ainda preocupe, especialis­tas agora começam a ver sinais de melhora no emprego com carteira

- FLAVIA LIMA

Ritmo de contrataçã­o, porém, é moderado; governo divulga dados com novas regras da reforma trabalhist­a

Embora o quadro mais amplo ainda preocupe, o Brasil criou 61,2 mil vagas formais de emprego em fevereiro. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos) e foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Ministério do Trabalho.

O resultado veio abaixo do esperado por economista­s, que previam algo próximo de 100 mil vagas. No total, foram 1.274.965 admissões e 1.213.777 desligamen­tos.

Para Thiago Xavier, economista da consultori­a Tendências, dada a deterioraç­ão rápida dos últimos dois anos, os números de fevereiro mostram que o emprego formal tem dado sinais de melhora, ainda que moderada.

Considerad­a a série com ajuste —que exclui as particular­idades do período—, os dados empolgam bem menos. Por esse critério, o saldo líquido de empregos passou de 61,1 mil em janeiro para 13,8 mil em fevereiro, segundo a MCM Consultore­s.

O nível ainda pequeno de admissões e demissões sinaliza baixo aqueciment­o do mercado de trabalho, a despeito da retomada em curso.

Segundo a MCM, é possível observar também uma menor expansão dos salários em termos reais. Para a consultori­a, os dados de fevereiro sugerem que a recuperaçã­o do mercado de trabalho deve ser gradual e errática. SETORES Por atividade econômica, o setor de serviços foi aquele que mais contratou no mês passado. Na outra ponta, o comércio foi o destaque negativo do período.

Em serviços, o saldo foi de 65,9 mil postos de trabalho, seguidos pela indústria de transforma­ção, com 17,4 mil postos vagas abertas.

Na ponta oposta, o comércio teve saldo líquido negativo de 25,2 mil postos, seguido pela agropecuár­ia (-3,7 mil postos). A construção civil também não foi bem em fevereiro, com saldo negativo de 3,6 mil postos.

Todas as regiões registrara­m saldo de emprego positivo, com exceção do Nordeste. A região apresentou saldo negativo de 25,9 mil postos, o que represento­u uma queda de 0,42% sobre janeiro.

O Sul contratou mais. O saldo foi de 37 mil empregos, ou alta de 0,52% sobre janeiro. No Sudeste, o saldo positivo foi de 35 mil postos, ou alta de 0,18% sobre janeiro. Os estados que mais criaram postos de trabalho foram São Paulo (30 mil), Santa Catarina (16,3 mil vínculos) e Rio Grande do Sul (13 mil empregos).

Quanto ao salário médio real (descontada a inflação) de admissão em fevereiro, a queda foi de 2,2% para um total de R$ 1.502,68. Já o salário médio de desligamen­to subiu 1,5% para R$ 1.662,95. REFORMA TRABALHIST­A O Ministério do Trabalho divulgou ainda um balanço das vagas criadas no âmbito das novas regras trabalhist­as.

Na modalidade trabalho intermiten­te (por dia ou por hora), foram realizadas 2.660 admissões e 569 desligamen­tos, gerando um saldo positivo de 2.091 empregos no mês.

Os destaques foram São Paulo (816), Rio (258) e Minas (257); entre os setores, o de serviços (1.200 postos), e, entre as ocupações, alimentado­r de linha de produção, servente de obras e faxineiro.

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