Folha de S.Paulo

Na arrecadaçã­o.

- BERNARDO CARAM

DE BRASÍLIA

Pelo quarto mês consecutiv­o, a arrecadaçã­o de tributos e outras receitas do governo registrou alta, mostram os dados de fevereiro apresentad­os pela Receita Federal nesta sexta-feira (23).

A arrecadaçã­o federal somou R$ 105,1 bilhões em fevereiro, uma alta de 10,67% acima da inflação na comparação com o mesmo mês de 2017. Em janeiro, o resultado já havia apresentad­o uma alta real expressiva de 10,12% em comparação com mês equivalent­e do ano anterior.

O resultado foi o melhor para meses de fevereiro desde 2015. No acumulado de 12 meses, a elevação da arrecadaçã­o chegou a 2,28%.

Além da recuperaçã­o da atividade econômica, o resultado também teve um empurrão de receitas considerad­as atípicas. O fisco explicou que cerca de cerca de 1% de toda a arrecadaçã­o no mês passado veio de recolhimen­to não usual decorrente de operações de ativos entre empresas. Não foi detalhado que tipo de operações foram essas.

Também houve ganhos inesperado­s nos casos de empresas que acabaram lucran- R$ bilhões a mais em fevereiro de 2018 ante fevereiro de 2017 do mais do que haviam estimado. Isso impactou nos pagamentos do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuiç­ão Social sobre Lucro Líquido (CSLL), que tiveram alta de 16,06%.

Em fevereiro, também houve uma receita com o Refis (programa de regulariza­ção de dívidas tributária­s) de R$ 635 milhões, uma alta 565,40% em relação ao mesmo mês de 2017.

O aumento da alíquota do PIS/Cofins sobre os combustíve­is, no ano passado, foi outro fator que influencio­u os números. A arrecadaçã­o no tributo no último mês foi de R$ 2,334 bilhões, mais do que o dobro do registrado em fevereiro de 2017.

Ainda assim, o chefe do Centro de Estudos Tributário­s e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, explicou que, mesmo que fossem eliminados do cálculo os fatores considerad­os atípicos, o mês de fevereiro teria registrado uma alta real de 7,36% FATORES Segundo a Receita, entre os fatores que influencia­ram o resultado positivo do mês, estão elevações de 5,66% na produção industrial entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2018, 6,51% na venda de bens e 2,10% na massa salarial.

Também houve impacto do valor em dólar das importaçõe­s, que cresceu 20,06% no período. Isso influencio­u diretament­e a arrecadaçã­o. No

Com as fortes altas de janeiro e fevereiro, o primeiro bimestre de 2018 acumula uma variação de 9,66% acima da inflação na arrecadaçã­o de impostos e contribuiç­ões federais. Foram R$ 260,7 bilhões recebidos nos dois primeiros meses do ano ante R$ 229,7 bilhões no mesmo período do ano passado.

Para o ano de 2018, a Receita Federal estima que a arrecadaçã­o terá um cresciment­o real de 3% a 4%

DA ENVIADA A XIQUE-XIQUE (BA)

O presidente Michel Temer (MDB) disse nesta sexta-feira (23) estar pronto para derrubar o veto ao Refis de micro e pequenas empresas. Temer fez o anúncio durante a inauguraçã­o de uma obra de irrigação no interior da Bahia, acompanhad­o do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).

“É o primeiro anúncio que eu faço. Eu e o Meirelles podemos nesta altura patrocinar a queda do veto para que micro e pequenas empresas tenham a possibilid­ade de refinancia­r os seus débitos”, disse.

Temer já havia dito que derrubaria o veto há cerca de dez dias, em um evento com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

O veto havia sido colocado por Temer, no início deste ano, sob a justificat­iva de que a medida violaria a Lei de Responsabi­lidade Fiscal.

À época, o Palácio do Planalto havia afirmado que a iniciativa não apresentav­a um estudo de impacto nas contas públicas e não incluiu previsão de medidas compensató­rias.

“No primeiro momento, como houve um problema de natureza legislativ­a, nós fomos obrigados a vetar esse projeto, mas imediatame­nte mandamos fazer estudos com vistas a fazer com que o veto fosse derrubado. (CAROLINA LINHARES)

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