Folha de S.Paulo

Curtir a Copa do Mundo é caro

- MARILIZ PEREIRA JORGE COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sábado: Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

DAS TRINTA e duas camisas das seleções que vão participar da Copa 2018, na Rússia, 19 já foram anunciadas, inclusive a da brasileira, revelada esta semana sem muito burburinho, pela CBF e pela Nike.

O tabloide inglês Mirror não perdeu tempo e começou a fazer o ranking das mais bonitas, no qual a do time de Tite aparece num 11º lugar, atrás da Argentina. Rivalidade­s à parte, a dos hermanos é mais bonita, embora não seja espetacula­r, como tantas outras que a gente vê —e tem vontade de comprar— durante o Mundial.

Camisetas de clubes brasileiro­s são quase sempre cafonas e de mau gosto. Dá vergonha quando comparadas às sempre bonitas e elegantes dos times europeus. A Copa do Mundo é a prova de como é possível reunir estilo e personalid­ade num uniforme esportivo.

O que faz a CBF? Segundo o que foi divulgado, a Nike foi buscar inspiração custar R$ 449,90. Quem vai pagar essa exorbitânc­ia para ter o modelo idêntico ao dos jogadores só porque ele respira ares vintages? Sempre tem.

Há opções mais “baratas”. A camisa do torcedor vai custar R$ 249,90, a do estádio (seja lá o que isso queira dizer), R$ 149,90, a feminina, R$ 249,90, e a infantil, R$ 229,90.

Pense que brincadeir­a cara e inacessíve­l para a maior parte dos brasileiro­s é torcer pela seleção. Não consigo ver nada mais estimulant­e à pirataria

E não para por aí. Na semana passada, recebi encartado no jornal um exemplar do álbum de figurinhas da Copa. Não tenho o costume de fazer isso há décadas, mas me peguei passando pelas páginas e pronto, fui fisgada. Achei que seria uma ótima forma de me familiariz­ar com o nome dos jogadores, para consumo próprio e também por questões profission­ais. Ainda que os times formados no álbum sejam 0,40. Fez as contas? São R$ 272,40. E, pelo o que me lembro, a gente sempre acaba comprando muito mais do que isso. Alô, Panini, tem gente reclamando que as figurinhas estão vindo grudadas umas nas outras, o que estraga a impressão.

Mas não deixa de ser uma diversão para quem está disposto a por a mão no bolso, ainda mais com a tecnologia para ajudar. Dá pra comprar pelo site, tem aplicativo­s de troca, as redes sociais que já começaram a virar balcões de negócios, sem falar que tem muito marmanjo e marmanja marcando chopinho para trocar figurinha.

O que eu achei bem sem graça é já tem garantia.

Voltando ao ranking do Mirror, as camisas mais bonitas, por enquanto, são a da Nigéria, em primeiro lugar, seguida de Colômbia e Bélgica. A minha preferida é a da Espanha, mas gosto também da do Japão. Fica difícil escolher. Mas pelo preço que devem custar, não vou escolher é nenhuma.

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