Folha de S.Paulo

Música compete com marketing por atenção

- THIAGO NEY

FOLHA

O festival é de música, mas a palavra que o move é outra: experiênci­a. Para boa parte do público (e das marcas patrocinad­oras), bandas e cantores são uma desculpa para andar na roda gigante ou fazer selfies com efeitos tecnológic­os.

Nesta sétima edição do Lollapaloo­za São Paulo, várias marcas não só expõemonom­eeosseuspr­odutos, mas montam estandes com serviços que vão de estúdio de piercing a slackline (atividade em que a pessoa se equilibra em cima de uma fita).

No mundo publicitár­io, são chamadas de ativações de marca. Empresas não querem mais apenas colocar o nome no pôster — querem se conectar ao evento que até pouco tempo atrás conservava o espírito independen­te, descolado, contemporâ­neo.

Esse movimento não começou no Lollapaloo­za —o Rock in Rio é talvez o maior exemplo aqui no Brasil—, mas chama a atenção, nesta edição do festival criado pelo Jane’s Addiction Perry Farrell, a volúpia com que as marcas estão tomando o espaço.

O que acontece é reflexo de uma tendência que domina os EUA. O South by Southwest (SXSW) começou bem independen­te em Austin (Texas), em 1987, e cresceu —atualmente recebe mais de 2.000 nomes da música, promove lançamento­s de filmes e realiza conferênci­as de tecnologia.

As marcas notaram não só o aumento de tamanho do SXSW, mas da influência que ele exerce. É difícil dar três passos no festival sem dar de cara com uma ativação de marca.

O Lollapaloo­za conta com quatro palcos, mas também com mais de uma dezena de grandes estandes com atividades que competem com a música para atrair a atenção de cerca de 100 mil pessoas que vão ao autódromo em cada um dos três dias.

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