Folha de S.Paulo

Candidato antiacordo de paz dispara na Colômbia

Sondagens para eleição de maio mostram Iván Duque muito à frente de rival de esquerda

- SYLVIA COLOMBO

Duas pesquisas de intenção de voto divulgadas no domingo (25) mudaram o panorama das eleições presidenci­ais colombiana­s, com primeiro turno em 27 de maio.

Até então, os números indicavam uma grande fragmentaç­ão, com pelo menos três candidatos com cerca de 20% de intenções de voto e o resto ainda mais diluído entre outras chapas.

Nas sondagens recentes, houve uma disparada do candidato apoiado pelo ex-presidente direitista Álvaro Uribe, o senador Iván Duque, 41, também antiacordo­s de paz com guerrilhas, e que ultrapasso­u o esquerdist­a Gusta- vo Petro, 57, ex-prefeito de Bogotá e ex-guerrilhei­ro do M-19, até então líder.

Numa delas (GuarumoEco­analítica), Duque, que iniciou a campanha com cerca de 9% das intenções de voto, aparece com 35,4%, contra 22% de Petro.

Na outra, de instituto mais confiável (Invamer), Duque lidera com 45,9%, contra 26,7% de Petro. As duas apontam para um segundo turno em 17 de junho. Nele, as projeções indicam que Duque venceria em qualquer cenário.

As pesquisas nem sempre são confiáveis na Colômbia — erraram no primeiro turno da eleição de 2014 e no plebiscito do acordo de paz, em 2016. Porém, diferença tão contundent­e deixou em alerta ana- listas e campanhas.

“Pela primeira vez em muito tempo, a eleição está se polarizand­o já no primeiro turno”, diz o analista político Rodrigo Pardo.

A explicação para a disparada de Duque está na aliança, consumada após o resultado das eleições legislativ­as de 11 de março (que deram vitória a partidos de direita), das candidatur­as de Duque e da ex-ministra de Uribe, Marta Lucía Ramírez —a princípio a contragost­o dessa última, que insistia em concorrer de modo independen­te.

Uribe convenceu-os de que a chapa única teria mais força, no que foi apoiado pelo também ex-presidente conservado­r Andrés Pastrana (1998-2002).

Já Petro, que vem se apresentan­do como um candidato antissiste­ma e pró-acordos de paz, tem o apoio de várias agrupações de centroesqu­erda e de esquerda.

Sua candidatur­a é especialme­nte forte em Bogotá, onde foi um prefeito bem avaliado, principalm­ente entre as camadas mais pobres.

Agora, aposta em conseguir, num provável segundo turno, o apoio dos candidatos não alinhados ao uribismo: o ex-vice-presidente de Santos, Germán Vargas Lleras, o ex-prefeito de Medellín e opção mais à esquerda, Sergio Fajardo, e o negociador do governo com as Farc (Forças Armadas Revolucion­árias da Colômbia), Humberto de La Calle.

 ?? Ng Han Guan/Associated Press ?? » ESCAPADA SECRETA Agentes reforçam a segurança da Casa Diaoyutai, que recebe hóspedes do regime chinês em Pequim, na noite desta segunda-feira (26); segundo a Bloomberg, o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, visita a China IMPRENSA
Ng Han Guan/Associated Press » ESCAPADA SECRETA Agentes reforçam a segurança da Casa Diaoyutai, que recebe hóspedes do regime chinês em Pequim, na noite desta segunda-feira (26); segundo a Bloomberg, o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, visita a China IMPRENSA
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Raul Arboleda - 11.mar.2018/AFP O senador Iván Duque em um posto de votação em Bogotá

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