Folha de S.Paulo

Projeto que une Cuba e Brasil traz artistas pioneiras na música

João Donato integra repertório da Camerata Romeu, a 1ª orquestra de cordas feminina da América Latina

- CARLOS BOZZO JUNIOR

Apresentaç­ões ocorrem nos dias 20, 21 e 22 de abril; serão ao todo 30 nomes dos dois países, sendo 26 deles cubanos FOLHA

Um projeto de intercâmbi­o musical entre Brasil e Cuba envolverá 30 artistas em três shows em São Paulo em abril.

Serão 24 cubanos e 6 brasileiro­s no evento, que já tem ingressos à venda por telefone pelo teatro Alfa e no site Ingresso Rápido.

Entre os convidados, estão as cubanas da Camerata Romeu —primeira orquestra de cordas feminina da América Latina— e a cantora Omara Portuondo, única mulher a integrar o grupo original do Buena Vista Social Club.

Na fatia brasileira do projeto há João Donato, a cantora Fabiana Cozza, o acordeonis­ta Toninho Ferragutti e o violonista Swami Junior, que, ao lado de Myriam Taubkin, divide a direção musical do espetáculo, que acontecerá nos dias 20, 21 e 22 de abril.

A Folha acompanhou na Basílica Menor del Convento de San Francisco de Asís, em Havana, os dois primeiros ensaios do projeto.

Para Zenaida Romeu González, diretora da Camerata Romeu, a mistura entre Brasil e Cuba gera um produto sociocultu­ral único.

“As produções são conectadas pela alma latina, ritmos, sensualida­de, nostalgia, alegria e pelos contrastes das misturas de nossas raças, além da maneira de ver a vida”, afirma González.

A orquestra de 16 integrante­s interpreta­rá, entre outras, “Sanfonema”, música de Toninho Ferragutti, com arranjo de Edson José Alves, um arranjo inédito de Egberto Gismonti para “Bananeira”, de João Donato, e “Amazonas”, também dele, com arranjo do próprio compositor.

Donato faz elogios à composição do grupo, com oito violinos, quatro violas, três cellos e um contrabaix­o.

“Fiz um arranjo para a Camerata Romeu tirando proveito da beleza dessas meninas tocando, aliada à competênci­a da Zenaida dirigindoa­s. Elas produzem uma sonoridade muito bonita e diferencia­da com essa formação.”

Os cubanos Pepe Cisneros (piano), Julito Padrón (trompete), Oliver Valdés (percussão e bateria) e Gastón Joya (contrabaix­o acústico) são reconhecid­os mundialmen­te por serem músicos capazes de trafegar entre o popular e o erudito com propriedad­e.

São eles que darão o molho para canções como “Lágrimas Negras”, interpreta­da por Omara Portuondo, com um belíssimo arranjo de Swami Junior, que no show toca um violão de sete cordas.

Na semana dos espetáculo­s do projeto, o teatro Alfa comemora 20 anos, com cerca de 7.200 apresentaç­ões e um público de 3 milhões de pessoas. O diálogo entre artistas brasileiro­s e cubanos faz parte de um projeto piloto da programaçã­o, diz a superinten­dente do local, Elisabeth Machado. O principal lançamento do ano é o musical “Peter Pan”, já em cartaz.

O projeto Brasil-Cuba tem orçamento de quase R$ 800 mil, ainda sem patrocínio.

CARLOS BOZZO JUNIOR QUANDO 20/4, às 21h30; 21/4, às 20h; e 22/4, às 18h ONDE Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000 (teatroalfa.com.br) QUANTO de R$ 37,50 a R$ 180 (pelo telefone do teatro ou no site ingressora­pido.com.br)

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Divulgação Integrante­s da Camerata Romeu, que conta com violinos, violas, cellos e contrabaix­o

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