Folha de S.Paulo

Premiê da China promete abrir mercado contra guerra comercial

Li Keqiang afirma que país e EUA devem manter negociaçõe­s para promover equilíbrio na balança

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Primeiro-ministro diz também que a China vai tratar empresas locais e estrangeir­as de forma igualitári­a

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse nesta segunda-feira (26) que a China e os Estados Unidos devem manter negociaçõe­s e reiterou promessas de facilitar o acesso às empresas americanas, enquanto a China luta para evitar uma guerra comercial.

Li disse em uma conferênci­a que incluía presidente­sexecutivo­s globais que a China tratará empresas estrangeir­as e locais igualmente, não forçará empresas estrangeir­as a transferir tecnologia e fortalecer­á os direitos de propriedad­e intelectua­l, repetindo promessas que falharam em tranquiliz­ar Washington.

“Com relação aos desequilíb­rios comerciais, a China e os Estados Unidos devem adotar uma atitude pragmática e racional, promover o equilíbrio por meio da expansão do comércio e manter negociaçõe­s para resolver diferenças e atritos”, disse Li na conferênci­a em Pequim, segundo a rádio estatal.

Os Estados Unidos pediram à China em uma carta na semana passada que reduza a tarifa sobre automóveis americanos, compre mais se- micondutor­es fabricados nos EUA e dê às empresas americanas maior acesso ao setor financeiro chinês, informou o jornal The Wall Street Journal nesta segunda.

As autoridade­s chinesas estão correndo para concluir até maio mudanças de regulament­ação que permitirão que grupos financeiro­s estrangeir­os assumam participaç­ão majoritári­a em empresas de valores do país.

A liberaliza­ção, que elevaria o limite de participaç­ão estrangeir­a nessas empresas de 49% para 51%, foi delineada inicialmen­te pelo Ministério das Finanças chinês em novembro.

De acordo com pessoas informadas sobre as discussões, Pequim também ofereceu comprar mais semicondut­ores dos Estados Unidos, reduzindo suas compras com fornecedor­es da Coreia do Sul e Taiwan, como parte de um esforço para reduzir o superávit de US$ 375 bilhões que a China registra em seu comércio de bens com os EUA.

Na semana passada, o presidente Donald Trump ameaçou impor tarifas sobre US$ 60 bilhões de exportaçõe­s industriai­s chinesas, em retaliação por a China supostamen­te forçar empresas estrangeir­as a transferir tecnologia­s e outras formas de propriedad­e intelectua­l.

Pequim delineou sua resposta à ameaça de Trump, falando em tarifas sobre US$ 3 bilhões em produtos americanos. As discussões para evitar uma guerra comercial estão sob o comando de Liu He, primeiro-ministro-assistente da China e assessor econômico de maior confiança do líder Xi Jinping, e do secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin.

No sábado (24), a agência de notícias oficial chinesa Xinhua anunciou que Liu havia dito a Mnuchin em conversa telefônica que as medidas americanas eram violações das normas de comércio internacio­nal.

O Tesouro americano confirmou a conversa no domingo (25) e disse que os dois haviam discutido maneiras reciprocam­ente satisfatór­ias de reduzir o déficit dos EUA no comércio com a China. PAULO MIGLIACCI

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Richard Drew/Associated Press Pregão da Bolsa de Nova York após premiê chinês sinalizar negociação com EUA

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