Ao criar, vivemos ‘A Pequena Sereia’, recorda compositor
DE SÃO PAULO
O compositor Alan Menken, 68, foi uma das pessoas envolvidas no chamado renascimento da Disney no fim dos anos 1980. O estúdio passava por uma crise e decidiu mudar o seu quadro.
Apostou numa adaptação de “A Pequena Sereia”, de Hans Christian Andersen, filme que daria início a uma era de ouro da Disney.
Menken assinou as músicas com o letrista Howard Ashman —com quem tivera um sucesso off-Broadway na comédia de terror “Little Shop of Horrors” (1992).
Com a animação, levou o Oscar de melhor canção (“Under the Sea”) e trilha sonora, as duas primeiras de suas atuais oito estatuetas.
A dupla transportou a história, originalmente dinamarquesa, ao Caribe, usando nas músicas ritmos como o calipso e elementos do mar, como o som de conchas, explica Menken à Folha, por e-mail. Também deram ao caranguejo Sebastião um sotaque jamaicano.
“Enquanto criamos, nós realmente interpretávamos os personagens e os diálogos e nos imaginávamos dentro da ação e da cena.”
Menken, que assinou ainda trilhas de “A Bela e a Fera”, “Aladdin”, “O Corcunda de Notre-Dame” e “Pocahontas”, depois esteve a cargo das adaptações da Disney para teatro, primeiro com “A Bela e a Fera” (1994).
No caso de “A Pequena Sereia” (2008), criou novas composições (antes eram apenas seis) com o letrista Glenn Slater —Ashman morrera em 1991. Na trilha, além do caribenho, incluíram ritmos de rock sessentista, cabaré e vaudeville.
“Essa decisão de recriar o estilo de um musical é muito difícil. Acaba sendo um impulso instintivo, pensando: o que poderia complementar aquilo que já criamos?”, diz Menken. (MLB)