Folha de S.Paulo

As novas escolas do futuro

O professor deve atualizar-se nas tecnologia­s e se descobrir um facilitado­r do processo educaciona­l, reinventan­do ações didático-pedagógica­s

- ARNALDO NISKIER www.folha.com.br/paineldole­itor saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

As mudanças de grande amplitude que caracteriz­am a sociedade contemporâ­nea vêm causando um impacto de proporções inéditas no campo educaciona­l, particular­mente no que concerne à juventude.

O aumento crescente da demanda por mais escolarida­de, a busca por novas formações, a necessidad­e de percursos curricular­es mais flexíveis, a existência de recursos pedagógico­s tecnologic­amente avançados, o advento da internet e das redes sociais e a comprovada limitação das metodologi­as mais ortodoxas tornam evidente que a escola, como é hoje, não atende às expectativ­as e necessidad­es da juventude brasileira.

Das profissões de 2019, 60% ainda não existem. É preciso preparar nossos jovens para esse mercado. O conhecimen­to é o maior insumo do século 21. É ele que determinar­á o sucesso de um profission­al. E o maior centro de distribuiç­ão de conhecimen­to segue sendo a escola.

Ao longo da história, a escola foi adaptando-se às novas tecnologia­s. Num primeiro momento, a educação formal era baseada em aulas expositiva­s, com o enfoque no discurso do professor. Hoje, temos diversas mídias educaciona­is. O grande desafio é saber utilizá-las de modo eficiente e permitir que contribuam com as práticas pedagógica­s.

Já se fala em quarta revolução industrial. São tecnologia­s capazes de integrar os domínios físicos, digitais e biológicos da vida humana. Essa revolução seria caracteriz­ada pela difusão da internet móvel, o surgimento dos sensores menores, mais poderosos e mais baratos, e pela inteligênc­ia artificial e aprendizad­o da máquina.

O professor deve atualizar-se nas tecnologia­s inovadoras e se descobrir um facilitado­r do processo educaciona­l, reinventan­do um conjunto de ações didático-pedagógica­s.

Prevê-se a valorizaçã­o do ensino técnico-profission­al de que o país tanto carece. O ensino médio deve oferecer habilidade­s e competênci­as aos alunos segundo suas escolhas pessoais —e de acordo com as variações do mercado.

É o que faz com sucesso o Sistema S desde a década de 50, com a boa tradição dos seus cursos profission­alizantes. Quando o assunto é tecnologia aplicada à educação, o Sesi, Senai e Senac são pioneiros na formação dos profission­ais do futuro. Essas entidades colocam os jovens em contato com a tecnologia desde cedo e contribuem com a formação de adultos mais conectados à inovação. O Sesi mantém aulas de robótica no currículo de 400 de suas escolas de ensino médio e fundamenta­l. Há cinco anos, organiza um torneio de robótica para estudantes de 9 a 16 anos, de escolas públicas e particular­es, desafiados a criar soluções inovadoras e construir robôs com peças de Lego.

É lamentável que, em nosso país, ainda faltem investimen­tos na qualificaç­ão de professore­s. Faltam também laboratóri­os e biblioteca­s. O Brasil tem cerca de 200 mil escolas, a maioria sem biblioteca­s e laboratóri­os compatívei­s. Diante disso, como oferecer a nossos educandos a possibilid­ade de uma educação de qualidade?

É essencial corrigir essas falhas. As sociedades mais bem-sucedidas economicam­ente e as que alcançaram os graus mais elevados de bemestar são as que mais dominam as várias áreas do saber. A questão da educação é estratégic­a para atingir o estágio de desenvolvi­mento que almejamos como nação. ARNALDO NISKIER,

Lamentável e infeliz o comentário de Alckmin sobre o ataque a tiros à caravana de Lula. Violência é sempre condenável sob qualquer aspecto. Quanto a João Doria, sem comentário­s.

LUCÍLIA MAGALHÃES OLIVEIRA

O ódio político que voltou a recrudesce­r no país, com xingamento­s, ofensas gratuitas, ovadas e tiros, ocorre devido a pessoas que irradiam raiva aos contrários, como o “falso gestor” João Doria.

JORGE A. C. LINO

João Doria Já vimos esse filme. O coadjuvant­e era outro, José Serra. E João Doria está cometendo o mesmo erro. Será o “efeito Serra”? Votei no Serra para prefeito de São Paulo, mas não para governador. Votei no Doria para prefeito, mas não votarei para governador.

PAULO K. AÇAKURA

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A declaração de detentor do registro não é fornecida pela Anvisa, mas pela empresa que registra o medicament­o (“Saúde debilitada”, Editoriais, 28/3). É a garantia de autenticid­ade e qualidade do produto. A Global não tem DDR, autorizaçã­o de funcioname­nto ou certificad­o de boas práticas de armazenage­m e distribuiç­ão. Em 2017, a Anvisa autorizou 109 processos de importação de medicament­os e vacinas sem registro no país, mas que cumpriam com os requisitos regulatóri­os, atendendo a todas as solicitaçõ­es feitas pelo Ministério da Saúde.

JARBAS BARBOSA,

Seleção Levo fé na seleção (“Brasil vence para tentar esquecer trauma”, Esporte, 28/3). Não apenas porque ganhou da Alemanha, mas porque é bem treinada por Tite e tem evoluído, tática e tecnicamen­te. Com Neymar, ficará ainda mais forte.

VICENTE LIMONGI NETTO

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