Folha de S.Paulo

PMN desiste de lançar ex-apresentad­ora do JN Valeria Monteiro

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COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Após semanas de impasse e discussão interna, o PMN (Partido da Mobilizaçã­o Nacional) decidiu abrir mão da corrida presidenci­al.

A jornalista Valéria Monteiro, 53, ex-apresentad­ora do “Jornal Nacional” era, até então a principal aposta. Porém, no fim do mês passado, a hipótese foi descartada ao não atingir os 3% das intenções de voto nas pesquisas realizadas pelo partido.

Nos bastidores, foi discutido que em seu lugar entraria Robert Rey, cirurgião plástico das estrelas de Hollywood —que, no fim, acabou se filiando ao Patriota, antigo PEN.

Já a jornalista ex-JN está sendo sondada pelo Avante —que por sua vez é a nova encarnação do antigo PT do B.

A presidênci­a do PMN informou que a baixa popularida­de de Monteiro e a atual estrutura do partido influencia­ram na decisão e ressaltou que terá nomes ao Senado, Câmara e Assembleia­s Legislativ­as.

Em relação às conversas com Dr Rey, o partido nega que tenham acontecido.

Procurada pela Folha ,a assessoria do médico confirmou as negociaçõe­s com o PMN e a transferên­cia ao Patriota. Procurado, o Avante não se manifestou.

A jornalista afirmou que, ao se filiar, o acordo era atingir no mínimo 1,5% das intenções de voto.

Afirmou ainda que a direção do partido nunca fez o lançamento oficial de sua pré-candidatur­a, tampouco comunicou seu nome aos institutos de pesquisa.

Mesmo diante dos desafetos, Monteiro disse que vai continuar como filiada e pretende “lutar até o fim” até a convenção oficial do partido, em junho.

“Já abri mão dos recursos do fundo partidário e eleitoral, demonstran­do que meu único objetivo é representa­r o povo brasileiro”, diz.

“Espero que o partido não se comporte tendo um ‘dono’ e respeite a minha decisão de ser pré-candidata até a convenção”, declara. (KELLY MANTOVANI)

O PRB (Partido Republican­o Brasileiro) tem bispos licenciado­s entre os principais quadros do partido —caso de seu presidente, o ex-ministro Marcos Pereira, e o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, sobrinho de Edir Macedo.

Dona do Grupo Guararapes Confecções (que abarca a Riachuelo), a família de Rocha possui um patrimônio avaliado em R$ 1,3 bilhão.

Um dos ativos políticos do pré-candidato é justamente sua fortuna, já que 2018 terá a primeira eleição presidenci­al sem financiame­nto privado, vetado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Em fevereiro, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) liberou o autofinanc­iamento de campanhas até o limite de gastos eleitorais.

Ou seja: Rocha pode, se assim o desejar, bancar sua segunda tentativa de se eleger presidente. Ele já se aventurou em 1994, mas deixou a corrida antes do fim.

Se Rocha quiser colocar dinheiro próprio, ele só precisará respeitar o teto de gastos imposto a quem pleiteia o Planalto, de R$ 70 milhões. Há duas semanas, a Folha entrevisto­u o empresário, e ele disse desconhece­r essa regra.

Entre as produções que a Riachuelo já patrocinou no passado: a série “Tropa de Elite” e “Ayrton Senna, o Musical” —Rocha era amigo do piloto de Fórmula 1, que nos anos 1980 lhe pediu ajuda para disputar um campeonato e ganhou patrocínio da Jeans Pool, marca que o empresário comandava então.

“Da mesma forma que a Riachuelo apoiou ‘Tropa de Elite’ e, recentemen­te, o musical sobre Senna, entre outras produções culturais brasileira­s, a história de superação contada no filme ‘Nada a perder’ nos levou a apoiar a produção”, disse Rocha à reportagem, em nota enviada por sua assessoria de imprensa.

Com um adendo: ele diz não conhecer o bispo Edir Macedo pessoalmen­te.

Ex-católico, Rocha se converteu graças à fé evangélica da esposa, Anna Claudia.

O casal frequenta a Sara Nossa Terra, igreja chefiada pelo bispo e ex-deputado Robson Rodovalho.

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