Empresa pagou propina por 8 meses, diz secretária que revelou áudios
Em depoimento ao Ministério Público, a ex-secretária do Ilume Cristina Chaud Carvalho, responsável pelo vazamento de áudios que levou à investigação da PPP da iluminação de São Paulo, afirmou que recebeu uma propina de R$ 3.000, cujos recursos vinham da FM Rodrigues, vencedora do contrato bilionário.
Os pagamentos duraram oito meses, segundo o depoimento. Cristina começou a trabalhar em abril de 2017.
O valor teria sido acertado em meados de março, quando a ex-diretora Denise Abreu chamou Cristina para a vaga, por indicação de um conhecido. Nessa primeira conversa, já havia sido acertado que a secretária receberia um salário de R$ 2.000, que seria complementado com os R$ 3.000.
O dinheiro era entregue pela ex-diretora, em dinheiro e sem a presença de testemunhas, disse a secretária.
Denise teria dito a Cristina que os recursos vinham de verba do gabinete, mas depois ficou claro a ela que os recursos eram da empresa.
Cristina disse que os encontros com o executivo Marcelo Rodrigues, dono da FM Rodrigues, não eram registrados na agenda e que ele tinha acesso livre ao gabinete.
A FM Rodrigues afirmou, em nota, que a empresa não pagou nem beneficiou nenhum agente público ao longo do processo da PPP e repudia as declarações, que seriam de origem questionável.
O advogado Roberto Podval, que representa Denise, disse que “as gravações clandestinas bem demonstram o caráter de quem gravou”.