Playboy cita restrição a nudez e escândalo para deixar rede
O Facebook criou também o novo recurso “Atalhos de Privacidade”, menu no qual, segundo a rede, será possível que o usuário gerencie seus dados em alguns cliques, com explicações sobre como os controles funcionam.
A rede social diz também ter tornado mais fácil o download que o usuário faz de suas informações.
“Você pode fazer o download para ter uma cópia de segurança, ou transferir os dados para outro serviço. Isso inclui fotos, contatos que você adicionou à sua conta, postagens da sua linha do tempo e mais.”
O Facebook disse ainda que, nas próximas semanas, vai propor atualizações dos termos de serviço da plataforma, incluindo o compromisso da rede com as pessoas.
Também deve atualizar sua política de dados para detalhar melhor quais informações são coletadas e como são usadas pela rede.
“Essas atualizações são para aumentar a transparência, e não para obter permissão para coletar, usar ou compartilhar dados”, escreveram Egan e Beringer.
“Estamos trabalhando com reguladores, legisladores e especialistas em privacidade nestas ferramentas e atualizações.”
DE SÃO PAULO
A revista Playboy anunciou que deixará o Facebook. Entre os motivos, estão as restrições da rede social à publicação de fotos contendo nudez e o vazamento de dados pessoais de usuários.
“Mais de 25 milhões de fãs se relacionam com a Playboy a partir de nossas páginas, e não queremos ser cúmplices os expondo às práticas que vêm sendo reportadas”, disse a Playboy Enterprises em comunicado.
A descoberta de que informações pessoais de 50 milhões de usuários do Facebook foram acessadas pela consultoria Cambridge Analytica colocou a rede no centro de uma crise mundial.
A Playboy disse que a decisão ocorre depois de anos em que a publicação teve dificuldades para expressar seus valores na rede.
Cooper Hefner, diretor de Criação da revista e filho do fundador, Hugh Hefner, chamou o Facebook de empresa de sexualmente repressora.
Segundo ele, a rede contraria os valores da publicação, tanto nas regras que definem o conteúdo aceito como em suas políticas corporativas.
“As diretrizes de conteúdo e políticas corporativas do Facebook seguem contradizendo nossos valores. Tentamos criar nossa voz na plataforma, que, em nossa opinião, continua a ser sexualmente repressiva.”
Segundo o site Nieman Lab, especializado em notícias sobre a imprensa, só serão desativadas as contas gerenciadas diretamente pela Playboy Enterprises, o que significa que a maioria das páginas da Playboy de fora dos EUA poderá seguir ativa.
A Folha entrou em contato com a Playboy brasileira, mas não houve resposta até a conclusão desta edição.
Em fevereiro, a Folha decidiu não publicar novos conteúdos no Facebook, após a rede implementar mudanças para priorizar conteúdo produzido por amigos, em detrimento do publicado por veículos de comunicação.