Corinthians e Palmeiras disputam troféu e hegemonia no clássico
Time alvinegro conseguiu vaga na final do Paulista nos pênaltis, após marcar nos acréscimos
Palmeiras tem apenas uma vitória a mais que o rival no histórico do confronto direto entre os dois adversários
A eficiência tática da equipe de Fábio Carille vai encontrar o time mais rico do Brasil na final do Paulista. Com a vitória sobre o São Paulo por 5 a 4 nos pênaltis nesta quarta (28), o Corinthians chegou à final do Estadual.
No tempo normal, o clube de Parque São Jorge ganhou por 1 a 0 graças a uma cabeçada de Rodriguinho, aos 47 min do segundo tempo.
O primeiro jogo da decisão será neste sábado (31), às 16h30, também no Itaquerão.
Será a primeira decisão do torneio entre as equipes desde 1999. A final daquele ano entrou para a história da rivalidade entre os clubes por causa da briga generalizada entre os jogadores iniciada após o atacante Edílson, do Corinthians, ter feito embaixadinhas para zombar do rival. Naquela ocasião, o Corinthians ficou com o título.
Na decisão também colocará à prova a hegemonia da equipe alviverde no histórico de confrontos com o Corinthians. Até hoje foram 125 vitórias do Palmeiras e 124 do Corinthians, com 106 empates.
Se os comandados de Fábio Carille ganharem os dois jogos, o time alvinegro toma a frente como maior vencedor nos confrontos diretos do principal clássico paulista.
O resultado contra o São Paulo já representou uma virada para o Corinthians e uma revanche para o Carille.
Após a derrota por 1 a 0 no jogo de ida, no Morumbi, ele foi ironizado pela reclamação de que o uruguaio Diego Aguirre, técnico adversário, não o havia cumprimentado.
Ao final da partida, o telão do estádio mostrou imagem da silhueta de Carille e a mensagem “respeita o professor”.
Para Corinthians e Palmeiras, o Estadual não é o torneio mais importante do ano. As duas equipes estão na Copa Libertadores e sonham com a volta ao Mundial. Mas é o encontro dos dois últimos campeões brasileiros, ambos com estádios inaugurados há cerca de quatro anos.
O Paulista tem sido mais motivo de felicidade para o Corinthians do que para o Palmeiras neste século. O clube de Parque São Jorge foi campeão cinco vezes (2001, 2003, 2009, 2013 e 2017). O seu adversário na decisão levantou o troféu só em 2008.
Dentro de campo, os dois times brigam pela hegemonia em condição de equilíbrio. Fora dele, nem tanto.
Turbinado pelo patrocínio da Crefisa e as rendas do Allianz Parque, o Palmeiras tem os recursos para investir no futebol que faltam ao rival.
A empresa de crédito pessoal já investiu cerca de R$ 130 milhões em jogadores. O Corinthians encontra restrições orçamentárias pela necessidade de pagar o Itaquerão, construído pela Odebrecht para a Copa de 2014.
Carille gostaria de uma reposição para a venda do atacante Jô, mas ainda não conseguiu. Recebeu Júnior Dutra, que não é um centroavante de ofício e vem se virando com Emerson Sheik, 39, que cada vez mais se torna jogador de confiança do técnico.
O Corinthians passou à final com a força de sua camisa. A equipe não foi bem nas duas partidas e foi anulada na maioria do tempo pelo sistema de marcação de Aguirre. Foi assim que perdeu no Morumbi. Quando precisou do resultado em casa, sofreu para criar chances de gol e com a falta de criatividade.
As respostas têm saído da organização tática e a capacidade de extrair o melhor de cada um dos jogadores.
“Eu não mudo a forma da equipe jogar”, disse Carille à Folha há duas semanas.
E foi com o mesmo 4-1-4-1 que deu ao time o título brasileiro que o Corinthians achou o gol nos acréscimos contra o São Paulo.