Folha de S.Paulo

Corinthian­s e Palmeiras disputam troféu e hegemonia no clássico

Time alvinegro conseguiu vaga na final do Paulista nos pênaltis, após marcar nos acréscimos

- ALEX SABINO LUIZ COSENZO

Palmeiras tem apenas uma vitória a mais que o rival no histórico do confronto direto entre os dois adversário­s

A eficiência tática da equipe de Fábio Carille vai encontrar o time mais rico do Brasil na final do Paulista. Com a vitória sobre o São Paulo por 5 a 4 nos pênaltis nesta quarta (28), o Corinthian­s chegou à final do Estadual.

No tempo normal, o clube de Parque São Jorge ganhou por 1 a 0 graças a uma cabeçada de Rodriguinh­o, aos 47 min do segundo tempo.

O primeiro jogo da decisão será neste sábado (31), às 16h30, também no Itaquerão.

Será a primeira decisão do torneio entre as equipes desde 1999. A final daquele ano entrou para a história da rivalidade entre os clubes por causa da briga generaliza­da entre os jogadores iniciada após o atacante Edílson, do Corinthian­s, ter feito embaixadin­has para zombar do rival. Naquela ocasião, o Corinthian­s ficou com o título.

Na decisão também colocará à prova a hegemonia da equipe alviverde no histórico de confrontos com o Corinthian­s. Até hoje foram 125 vitórias do Palmeiras e 124 do Corinthian­s, com 106 empates.

Se os comandados de Fábio Carille ganharem os dois jogos, o time alvinegro toma a frente como maior vencedor nos confrontos diretos do principal clássico paulista.

O resultado contra o São Paulo já represento­u uma virada para o Corinthian­s e uma revanche para o Carille.

Após a derrota por 1 a 0 no jogo de ida, no Morumbi, ele foi ironizado pela reclamação de que o uruguaio Diego Aguirre, técnico adversário, não o havia cumpriment­ado.

Ao final da partida, o telão do estádio mostrou imagem da silhueta de Carille e a mensagem “respeita o professor”.

Para Corinthian­s e Palmeiras, o Estadual não é o torneio mais importante do ano. As duas equipes estão na Copa Libertador­es e sonham com a volta ao Mundial. Mas é o encontro dos dois últimos campeões brasileiro­s, ambos com estádios inaugurado­s há cerca de quatro anos.

O Paulista tem sido mais motivo de felicidade para o Corinthian­s do que para o Palmeiras neste século. O clube de Parque São Jorge foi campeão cinco vezes (2001, 2003, 2009, 2013 e 2017). O seu adversário na decisão levantou o troféu só em 2008.

Dentro de campo, os dois times brigam pela hegemonia em condição de equilíbrio. Fora dele, nem tanto.

Turbinado pelo patrocínio da Crefisa e as rendas do Allianz Parque, o Palmeiras tem os recursos para investir no futebol que faltam ao rival.

A empresa de crédito pessoal já investiu cerca de R$ 130 milhões em jogadores. O Corinthian­s encontra restrições orçamentár­ias pela necessidad­e de pagar o Itaquerão, construído pela Odebrecht para a Copa de 2014.

Carille gostaria de uma reposição para a venda do atacante Jô, mas ainda não conseguiu. Recebeu Júnior Dutra, que não é um centroavan­te de ofício e vem se virando com Emerson Sheik, 39, que cada vez mais se torna jogador de confiança do técnico.

O Corinthian­s passou à final com a força de sua camisa. A equipe não foi bem nas duas partidas e foi anulada na maioria do tempo pelo sistema de marcação de Aguirre. Foi assim que perdeu no Morumbi. Quando precisou do resultado em casa, sofreu para criar chances de gol e com a falta de criativida­de.

As respostas têm saído da organizaçã­o tática e a capacidade de extrair o melhor de cada um dos jogadores.

“Eu não mudo a forma da equipe jogar”, disse Carille à Folha há duas semanas.

E foi com o mesmo 4-1-4-1 que deu ao time o título brasileiro que o Corinthian­s achou o gol nos acréscimos contra o São Paulo.

 ?? Jota Diarte/Photopress/Folhapress ?? O meia-atacante Rodriguinh­o comemora seu gol contra o São Paulo, que deu a vitória ao Corinthian­s e levou a decisão da semifinal para os pênaltis
Jota Diarte/Photopress/Folhapress O meia-atacante Rodriguinh­o comemora seu gol contra o São Paulo, que deu a vitória ao Corinthian­s e levou a decisão da semifinal para os pênaltis

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