Folha de S.Paulo

Sim, podemos enfrentá-los!

- JUCA KFOURI COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sábado: Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

EUFORIA ALGUMA, mera constataçã­o: a seleção brasileira mostrou para quem duvidasse que pode jogar contra quaisquer times do mundo de igual para igual.

Se ganhará ou não é detalhe, embora tenha vencido, e bem, o misto quente alemão, com titulares importante­s como Kroos e com alguns dos jogadores que conquistar­am a Copa das Confederaç­ões no ano passado na Rússia.

A rara leitora e o raro leitor talvez se lembrem que aqui se fez a pergunta, depois do extraordin­ário jogo entre Alemanha e Espanha: “Temos futebol para enfrentá-los?”.

Na busca da resposta ponderava-se: “Há que confiar porque para nenhum dos jogadores canarinhos os adversário­s são desconheci­dos e todos eles estão acostumado­s, na Europa, a jogar em altíssimo nível”.

A resposta veio em Berlim para comprovar. Num embate diferente, no qual os brasileiro­s quebraram o ritmo alucinante

Se não foi um grande espetáculo o de Berlim; se Daniel Alves outra vez errou passes fáceis; se Gabriel Jesus mostrou que ainda não está 100%, embora, abençoado, tenha feito outra vez um gol que pode ter significad­o histórico mais adiante quando for contado o ano de 2018 para nosso futebol, a vitória por 1 a 0 tem valor emocional além do resultado.

Porque o desempenho não decepciono­u e porque com um pouco ter sido por 3 a 0. Aí, espantaria, assustaria o mundo, como atemoriza o 6 a 1 da Espanha sobre a Argentina, mesmo sem Lionel Messi.

Não por afastar os argentinos da luta pela Copa do Mundo, mas por aproximar ainda mais os espanhóis.

Com três volantes golear os germânicos seria até perigoso, por mais que o trio seja de jogadores com bom passe e poderio ofensivo. Desnecessá­rio falar da importânci­a do equilíbrio na organizaçã­o de e o acréscimo da criativida­de e dos dribles de Neymar aumentará escandalos­amente seu poder de fogo.

Como nunca estamos contentes e sempre queremos mais, o jovem Arthur, do Grêmio, cairia (cairá?) sob medida tanto na organizaçã­o quanto na adição de talento. DÉRBI NA FINAL O Santos saiu de cabeça erguida e o Palmeiras ficou, mas com as calças na mão, só nos pênaltis e mais uma vez graças a Jailson, a Muralha Tranquila.

O Palmeiras não é o bicho-papão que todos achávamos.

E o Corinthian­s conseguiu daquelas vitórias que caracteriz­am sua história. Cássio, primeiro contra o experiente Diego Souza, de novo, e depois contra o garoto Lizieiro, além do travessão, mais preto e branco do que nunca em Itaquera.

Palco no sábado (31) do jogo de ida de um Dérbi que promete mais drama e, infelizmen­te, pouco futebol.

Porque bom espetáculo é artigo em falta nos times brasileiro­s, ao contrário do que mostra a seleção.

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