Alckmin diz que desconhecia ataque quando criticou PT
Após afirmar que partido ‘colheu o que plantou’, governador disse condenar ‘veementemente violência contra quem quer que seja’
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou ao que definiu como “polêmica sobre o ataque à comitiva de Lula”, dois dias após ter dito que os petistas “colheram o que plantaram” no dia em que tiros foram disparados contra ônibus do comboio (um deles com jornalistas a bordo).
Nesta quinta-feira (29), o tucano usou uma rede social para reproduzir uma entrevista na qual afirma que desconhecia os disparos quando foi questionado sobre eles.
Contou que passara o dia no interior de São Paulo, vistoriando obras, de lá foi para uma reunião no Palácio dos Bandeirantes e, depois, direto para um shopping paulistano assistir à pré-estreia de “Nada a Perder”, cinebiografia do bispo Edir Macedo.
Foi por volta das 21h, antes da sessão, que a Folha o questionou sobre o ataque com arma de fogo —que ocorreu no começo da noite.
“Nesta semana, houve uma polêmica sobre o ataque à comitiva de Lula. No dia, fui perguntado sobre o clima tenso das últimas semanas, mas não sabia do ocorrido. Apenas critiquei o discurso de ‘nós contra eles’ do PT. Condeno veementemente a violência contra quem quer que seja”, escreveu o governador.
Ao abordá-lo no cinema, a reportagem indagou especificamente sobre o ataque mencionando os tiros disparados horas antes. Apesar de Alckmin dizer que foi questionado genericamente sobre “o clima tenso das últimas semanas”, uma gravação do diálogo mostra o governador, após ouvir a pergunta, dizendo “caravana, né?”, e a repórter ratificando o tema: “Uhum, que foi atacada hoje”. REPERCUSSÃO A fala de Alckmin foi considerada desastrosa por membros de sua equipe de comunicação. Também foi aproveitada por opositores — como o ex-presidente Lula, que em seu Twitter aderiu à hashtag #colhendooqueplantou para postar imagens positivas relembrando seus tempos de governo.
Na manhã seguinte, o tucano já havia modulado o tom, afirmando que “toda forma de violência tem que ser condenada” e que “é papel de homens públicos pregar a paz e a união entre os brasileiros”.