Marcha dos Cem Mil leva tensão à fronteira entre Israel e faixa de Gaza
COLABORAÇÃO PARA A EM TEL AVIV
Os organizadores estão chamando a manifestação de a Grande Marcha da Volta. O grupo islâmico Hamas, que controla Gaza há 11 anos, chama de Marcha dos Cem Mil.
Mas não se sabe quantos palestinos vão se manifestar, nesta sexta-feira (30), na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, num dos maiores protestos contra israelenses já programados na região.
A única certeza é a de que há possibilidade de um confronto violento às vésperas do Pessach (a Páscoa judaica), que começa nesta sexta ao anoitecer.
O Exército israelense cancelou o feriado de centenas de soldados, deslocando para a fronteira tropas adicionais de unidades de combate, incluindo veículos para lançamento de gás lacrimogêneo e atiradores de elite.
Do lado palestino, os organizadores do protesto já montaram uma infraestrutura que inclui centenas de barracas e sanitários em dez pontos ao longo da fronteira. As tendas foram erguidas de 500 a 700 metros da cerca, de onde a multidão deve começar a marcha. Eles dizem que não se trata de uma manifestação violenta.
“Quando marcharmos até a fronteira, os organizadores vão decicir o que fazer”, disse um dos líderes do Hamas, Ismail Radwan. “A Ocupação [Israel] não deveria cometer nenhum ato estúpido no confronto com multidões palestinas”.
Nickolay Mladenov, o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, pediu que os dois lados “se contenham e tomem as medidas necessárias para evitar uma escalada violenta”. Ele disse, principalmente, que “crianças não devem ser colocadas em risco”.
Para o Hamas, que enfrenta um nível recorde de insatisfação popular em Gaza, o protesto será uma boa maneira de desviar a atenção do desemprego de 40% e dos blecautes e problemas com abastecimento de água e mantimentos.
As fronteiras de Gaza com Egito e Israel estão praticamente fechadas desde que o Hamas –considerado por ambos como um grupo terrorista– tomou o controle, à for-