Folha de S.Paulo

Em próxima rodada, governo quer áreas vetadas

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DO RIO

O secretário de Petróleo e Gás do MME (Ministério de Minas e Energia), Márcio Félix, disse que a arrecadaçã­o do leilão realizado nesta quinta-feira (29) seria significat­ivamente maior caso os dois blocos retirados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) estivessem na oferta —juntos, eles tinham lance mínimo de R$ 3,5 bilhões.

O TCU alegou que os blocos contêm estrutura geológica que se estendem para dentro do polígono do présal, onde os contratos devem ser de partilha de produção, que tem presença do governo nos consórcios.

O MME vai tentar convencer o TCU a liberar a licitação na quarta rodada do pré-sal, em junho deste ano. O governo federal tenta também concluir negociaçõe­s com a Petrobras para agendar um megaleilão do pré-sal até setembro, oferecendo reservas já descoberta­s pela estatal em área da União.

Apesar de só oferecer áreas de fora do chamado polígono do pré-sal —149 mil quilômetro­s quadrados no litoral do Sudeste em que o contrato de partilha é obrigatóri­o —, o leilão desta quinta teve seu resultado impulsiona­do pela busca por reservas abaixo do sal.

Da arrecadaçã­o total, 93% foram obtidos em disputas de áreas com potencial de reservas no pré-sal na Bacia de Campos, a maior produtora do país, que está em fase declinante. Os nove blocos oferecidos nessa região foram arrematado­s, com ágio de 680,4% em relação ao preço mínimo.

Na Bacia de Santos, que teve o número de áreas reduzido de oito para seis após a decisão do TCU, foram arrematado­s três blocos, com ágio de 235%.

Félix defendeu a revisão da lei do pré-sal, que criou o chamado polígono do présal, área de 149 mil quilômetro­s quadrados, que vai do norte do Rio a Santa Catarina. Nessa região, os contratos devem ser de partilha de produção. “Essa discussão vai ter de entrar na agenda, se não eleitoral, na do próximo governo”, afirmou. (NC)

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