Folha de S.Paulo

Divisas do mundo.

- ANAÏS FERNANDES

DE SÃO PAULO

A Bolsa brasileira disparou no último pregão de março e, depois de dias marcados por ameaças de uma guerra comercial global, conseguiu fechar estável no mês.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 1,78% nesta quinta-feira (29), para 85.365,56 pontos.

O giro financeiro foi de R$ 10,9 bilhões.

Em março, o Ibovespa avançou apenas 0,01%, mas neste ano ainda acumula alta de 11,73%.

Como comparação, o Dow Jones, principal índice de Nova York, caiu 2,49% de janeiro a março, no seu maior declínio trimestral em mais de dois anos.

Na Europa, a Bolsa de Londres acumulou queda de 4,64%, e a de Frankfurt recuou 4,02%.

“Dos 61 pregões no ano até o momento, em 23 deles o S&P 500 teve oscilações acima de 1% ou abaixo de -1%. No ano de 2017 inteiro, houve 251 pregões e em apenas oito deles o índice teve oscilações assim, o que ilustra bem o momento volátil lá fora”, disse Ignacio Crespo, economista da Guide Investimen­tos.

No primeiro dia de março, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 25% ao aço e de 10% ao alumínio importados pelo país.

No mesmo mês, ele também definiu tarifas bilionária­s aos produtos chineses —no total de US$ 60 bilhões— e derrubou Wall Street.

Os atritos entre Estados Unidos e China, no entanto, parecem ter dado uma trégua aos investidor­es, e as ações do setor de tecnologia, que impactaram fortemente as Bolsas de Nova York nos últimos dias, tiveram um pregão melhor nesta quinta.

O Nasdaq, índice que lista ações de tecnologia, subiu 1,64%. O Dow Jones subiu 1,07%, e o S&P 500, 1,38%.

“O mês foi mais volátil do que esperávamo­s, principalm­ente pelo cenário externo. Existe preocupaçã­o com movimentos da economia americana e de inflação por lá. Mas a percepção de risco foi se reduzindo ao longo do mês”, disse Marco Saravalle, da XP Investimen­tos.

O dólar comercial fechou em baixa de 0,93%, cotado a R$ 3,30. O dólar à vista caiu 1,14%, a R$ 3,303.

Lá fora, o dólar se valorizou ante 20 das 31 principais Poupança (até 3.mai.12) Tesouro Selic 2021 LCI 80% do CDI Ouro CDB 90% do CDI Fundos de renda fixa duração baixa grau de investimen­to Poupança (a partir de 4.mai.12) Fundos de ações indexados Bitcoin Referência­s, em % Bolsa Dólar IGP-M BRASIL Por aqui, a taxa básica de juros em baixa segue afetando aplicações de renda fixa. O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) cortou a Selic pela 12ª vez seguida no dia 21, para 6,5% ao ano.

“O mercado já tinha precificad­o a queda, que influencia investimen­tos de forma geral, sejam produtos indexados à taxa básica de juros e a poupança ou até a renda variável”, disse Vinicius Maeda, diretor de Relação com Investidor­es da Magnetis.

“O investidor fica mais atento e aumenta o apetite por risco”, afirmou.

A poupança com depósitos antes de 3 de maio de 2012 rendeu 0,5% em março, enquanto a caderneta com aplicações após essa data teve ganho de 0,385%.

O Tesouro Selic, título público que acompanha a taxa básica de juros, rendeu 0,41%. O CDB que rende 90% do CDI teve ganho de 0,39%, e fundos de renda fixa (duração baixa grau de investimen­to) tiveram ganho de 0,37%.

Das 64 ações do Ibovespa, 57 subiram nesta quinta, seis caíram e uma ficou estável. A petroquími­ca Braskem liderou a alta (+6,81%). VINICIUS TORRES FREIRE Excepciona­lmente hoje a coluna não é publicada.

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