Folha de S.Paulo

Cheque especial vai mudar para baixar juro

Presidente do BC afirma que medidas de autorregul­ação elaboradas por bancos deverão ser anunciadas em abril

- MARIANA CARNEIRO

Ilan Goldfajn não explica alterações, mas diz que vai trabalhar para reduzir taxas cobradas dos clientes

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira (29) que mudanças no cheque especial, com o objetivo de reduzir as taxas de juros bancárias, deverão ser anunciadas em abril.

Sem dar detalhes, Goldfajn disse que serão medidas de autorregul­ação, propostas pelos bancos, e por isso serão anunciadas pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos).

A iniciativa virá após mudanças nas regras do uso do cartão de débito, anunciadas pelo BC nesta semana, e de outras medidas regulatóri­as e de estímulo à concorrênc­ia que, segundo Goldfajn, têm como objetivo reduzir o custo do crédito.

O presidente do BC afirmou que a redução dos juros bancários estão “mais ou menos compatívei­s com outros episódios [de redução da taxa básica de juros] no passado”.

“Não significa que nesse episódio não gostaríamo­s de uma baixa mais rápida da taxa bancária. Estamos trabalhand­o para isso”, disse. “Nós esperamos e vamos trabalhar para uma queda mais rápida nas taxas bancárias.” TURBULÊNCI­A POLÍTICA Goldfajn afirmou que a atual preocupaçã­o do BC é manter a inflação baixa, apesar da retomada gradual da economia combinada com taxas de juros em piso histórico.

O Copom (Comitê de Política Monetária), formado pelos diretores do banco, já informou que, mantidas as condições adequadas, pretende cortar mais uma vez a taxa de juros na próxima reunião, em maio. E, em seguida, dar uma pausa para avaliação.

Goldfajn disse também que o plano foi discutido e aprovado por todos os diretores. A previsão se mantém mesmo com turbulênci­as políticas no curto prazo, como a nova operação da Polícia Federal, desta quinta, que prendeu pessoas próximas ao presidente Michel Temer.

“Vamos sempre olhar os riscos, mas de fato achamos que pausar para avaliar tanto os riscos quanto como está evoluindo a inflação pode ser produtivo”, afirmou. “Olhando a inflação baixa, mas observando os riscos na economia e querendo garantir o que foi conquistad­o à frente.”

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