Folha de S.Paulo

Presidente da Apple critica rede social e pede autorregul­ação

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DE SÃO PAULO

O presidente da Apple, Tim Cook, defendeu a necessidad­e de uma regulação para limitar o poder do Facebook e de outras empresas sobre dados pessoais de seus consumidor­es.

Em entrevista ao site especializ­ado em tecnologia Recode e à rede de televisão MSNBC, Cook disse que o melhor para o setor seria uma autorregul­ação.

Porém, levando em conta o escândalo revelado em março envolvendo o vazamento de informaçõe­s pessoais de 50 milhões de pessoas para a consultori­a Cambridge Analytica, Cook diz que já é tarde demais para isso e o mercado já foi muito longe.

As informaçõe­s sobre usuários do Facebook foram usadas pela Cambridge Analytica para direcionar a eles propaganda eleitoral do republican­o Donald Trump durante a campanha para presidente dos EUA, em 2016.

O executivo disse que a Apple poderia ganhar mais se usasse dados pessoais dos usuários de seus aparelhos.

“A verdade é que poderíamos ganhar rios de dinheiro se monetizáss­emos nossos consumidor­es, se eles fossem nossos produtos. Mas decidimos não fazer isso.”

Questionad­o pela jornalis- ta Kara Swisher sobre o que faria se estivesse na posição de Marc Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, Cook se limitou a dizer que nunca estaria nessa situação.

No sábado (24), ele já havia criticado o Facebook durante participaç­ão em evento em Pequim, na China.

Na ocasião, ele disse que empresas não deveriam ter a capacidade de saber quais sites seus clientes visitam, quem são seus contatos nem coisas de que gostem ou não gostem. quinta-feira (29) que terá processo de verificaçã­o de identidade e autorizaçã­o para quem quiser fazer propaganda política. Será preciso comprovar o endereço do anunciante, o que será feito a partir do envio de um código de verificaçã­o. Uma vez autorizado­s, os anúncios relacionad­os à eleição terão um selo para que sejam identifica­dos como propaganda pelos usuários.

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