Pastor que vendia diplomas é preso em SP
nos quatro delas já têm processos administrativos abertos no Ministério da Educação por oferta irregular de ensino.
Elas possuem cursos de graduação e pós registrados no MEC, mas algumas estão em estado de abandono desde que a Digamma as comprou, de 2015 a 2017. A suspeita é de que Caitano Neto as adquiria para pegar o dinheiro em caixa e emitir os diplomas falsos, atrasando o pagamento de contas e funcionários.
Na Justiça Federal, o pastor já é réu ao menos desde 2002. Existem contra ele diversos processos em estados como Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. Pelo menos quatro são por estelionato ou uso de documento falso.
Além do imóvel em Itaim Paulista, a Digamma funcionava em outras duas casas na zona leste de SP e tinha cerca de 2.300 funcionários no país, segundo o próprio dono.
A Folha apurou que parte dos empregados da empresa e das faculdades não sabia das irregularidades praticadas. OUTRO LADO A defesa de Caitano Neto disse, em nota, que a denúncia é falsa e partiu de um exfuncionário que tentava “se livrar” de uma acusação de desvio nos cofres da Digamma, registrada pelo chefe no 22º DP na semana passada.
Segundo o advogado Ademir Sérgio dos Santos, os documentos apreendidos na empresa foram esclarecidos à polícia. “Os fatos foram apurados de forma genérica sem sequer um resultado pericial que atestasse qualquer falsidade. [...] Trata-se de prisão arbitrária que com certeza será revogada.”
Antes de ser preso, Caitano Neto havia dito à Folha que o responsável pela venda de diplomas em nome de suas faculdades também era um exfuncionário, já demitido. Na ocasião, o pastor afirmou por email que o empregado agiu “de má-fé com acordos obscuros com outras instituições, onde falsificava assinaturas”.
O funcionário teria continuado a falsificar documentos em nome da Facel mesmo após a demissão, em 2016 — os pedidos de diplomas falsos obtidos pela reportagem, porém, foram todos feitos em emails internos da empresa.
Em uma dessas mensagens, José Caitano Neto responde que um diploma custa R$ 15 mil. Quanto a isso, o pastor também declarou ter sido alvo de sabotagem de exfuncionários, que teriam invadido a rede de dados do grupo para prejudicá-lo.
“Infelizmente algumas pessoas não se satisfazem com seus salários e, por uma questão de índole, cometem certas atrocidades com bens alheios”, afirmou.