McLaren liderou investigação que abalou o esporte
DE SÃO PAULO
Dezembro de 2014. Um documentário transmitido na televisão alemã afirma que 99% dos atletas olímpicos russos fizeram uso de doping num esquema de manipulação estatal.
Após a revelação, uma comissão independente formada pela Wada (Agência Mundial Antidoping) levou dez meses até concluir que os russos violaram sistematicamente as regras contra dopagem.
A comissão era liderada por Dick Pound, presidente da Wada entre 1999 e 2007, e tinha Richard McLaren na composição.
Posteriormente, McLaren foi apontado pela Wada como chefe da equipe independente que apurou as denúncias do ex-diretor do laboratório antidoping de Moscou, Grigory Rodchenkov, em maio de 2016.
O delator russo fugiu para os EUA por ter medo de ser assassinado em seu país. A história de Rodchenkov é contada no documentário Ícaro, vencedor do Oscar deste ano.
Em julho, McLaren publicou um primeiro relatório confirmando as acusações. As descobertas levaram à exclusão de mais de cem russos da Rio-2016. O país também foi banido da Paraolimpíada do Rio.
McLaren concluiu as investigações e apresentou o relatório final em dezembro de 2016. Segundo ele, mais de mil atletas russos de 30 esportes diferentes se beneficiaram da conspiração institucional para burlar regras antidoping.
O trabalho do professor levou à instauração de outras comissões que aplicaram punições contra o Comitê Olímpico Russo e atletas do país. (EG)