Folha de S.Paulo

Em show solo, Eddie Vedder canta perdas e critica a violência

- SARAH MOTA RESENDE

Eddie Vedder abriu a segunda parte da sua temporada no país nesta quarta-feira (28) com casa cheia —os 4.150 lugares estavam ocupados, segundo a organizaçã­o.

O cantor do Pearl Jam mostrou composiçõe­s da carreira solo e também da banda no Citibank Hall, em São Paulo. Não há mais ingressos para os shows, que vão até sexta.

Nesta primeira noite, cantou “sobre perdas” e celebrou espíritos, “que entram de graça”, como ele mesmo disse em português lido de uma cola.

A atmosfera trazia ecos do temporal que atingiu a cidade à tarde. Em sua primeira fala, o americano falou da morte.

“As músicas serão sobre perdas, e não falo sobre futebol”, avisou, arrancando risos. “Desde a última vez em que estive aqui, perdi pessoas próximas, heróis e meu irmão. Espero que vocês não tenham passado por isso, mas, se tiverem, vamos cantar.”

Vedder abriu a apresentaç­ão ao piano, de costas para a plateia, após breve cumpriment­o, com “Share the Light”.

Mais para frente, falou de Tom Petty, que morreu em 2017 devido a uma overdose acidental. Em sua homenagem, cantou “Wildflower­s”.

Depois, em mais um “momento deprê”, entoou a sombria “Hurt”, escrita por Trent Reznor, da banda Nine Inch Nails, e que também ficou famosa após um cover de Johnny Cash. “Não a toco com frequência, mas às vezes preciso”, afirmou Vedder.

O americano também citou armas e lembrou John Lennon, morto com um tiro em 1980 —neste momento, cantou “Imagine”, do ex-Beatles, enquanto a plateia levantava celulares com lanternas ligadas, a pedido de Vedder.

“Alguns fazem armas e acham que vão trazer segurança, mas as coisas são diferentes hoje. Nada mais é seguro por causa das armas. Pedimos que parem, pensem e sintam para que a violência diminua. E que nossos filhos estejam seguros nas escolas.”

Como de praxe, Vedder bebeu durante o show, brindou com o público e distribuiu copos de vinhos após dar suas goladas direto da garrafa. O momento foi coroado com “Crazy Mary” cuja letra diz em um de seus versos: “Pegue uma garrafa, tome um grande gole, passe adiante”.

A apresentaç­ão não foge da primeira que o artista mostrou no país em 2014, mesmo menos empolgado. Instrument­os ficam em segundo plano, enquanto Vedder se vale do que tem de mais marcante, a voz.

Durante cerca de duas horas de apresentaç­ão, entoou sucessos da banda grunge, como “I’m Mine” e a suave “Just Breathe”, fez covers e cantou sucessos da carreira solo, como faixas da trilha sonora do filme “Na Natureza Selvagem”. AVALIAÇÃO muito bom

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Simon Plestenjak/UOL Show do músico americano Eddie Vedder no Citibank Hall

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