Folha de S.Paulo

Inquéritos empacam na Argentina

- SEGUNDA-FEIRA, 2 DE ABRIL DE 2018

DE BUENOS AIRES

Se o Peru adaptou leis para que as “delações premiadas” individuai­s fossem aceitas como recurso, acelerando o andamento das investigaç­ões, isso continua sendo um problema na Argentina, cuja legislação não contempla essa possibilid­ade.

Ou seja, mesmo que delações feitas no Brasil comprometa­m políticos argentinos, é necessário que uma ação judicial seja aberta aqui para prosperar. De todo modo, alguns casos têm vindo à tona.

O mais conhecido é o do chefe do serviço de inteligênc­ia do presidente Mauricio Macri, Gustavo Arribas. Segundo o delator Leonardo Meirelles, ele teria recebido 14 transferên­cias num valor total de US$ 850 mil (R$ 2,8 mi), quando morava em São Paulo, onde atuava na compra e na venda de jogadores de futebol.

No ano passado, quando o caso veio à tona, Arribas foi convocado para prestar depoimento e disse que a delação era mentirosa, que ele havia recebido apenas US$ 70 mil (R$ 232,6 mil) pela venda de objetos pessoais.

Macri o defendeu na época e novamente há pouco, quando o assunto voltou à tona. Arribas foi absolvido em 2017.

Segundo a Folha apurou, a Justiça argentina ainda não recebeu a lista dos argentinos envolvidos nos casos de subornos.

A expectativ­a é de que um dos nomes que constarão da relação seja o de Julio De Vido, ministro do Planejamen­to de Néstor e Cristina Kirchner (2003-15) e que comandou as licitações de obras públicas.

De Vido está preso, mas por causa de um caso de desvio de dinheiro destinado a um projeto de mineração.

(SC)

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Homem exibe cartaz com os dizeres ‘Cadeia para todos os presidente­s e narcopolít­icos!’ em Lima

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