Folha de S.Paulo

Melhora no mercado atrai investidor para fundos imobiliári­os

Aplicação atrelada a aluguéis de shoppings, lojas e galpões comerciais deve ter quarto ano de valorizaçã­o

- DANIELLE BRANT

Queda do juro também tende a favorecer investimen­to, em razão da maior procura por renda variável

O impacto positivo da recuperaçã­o econômica sobre o preço e a vacância dos imóveis deve levar os fundos imobiliári­os ao quarto ano seguido de valorizaçã­o. A aplicação entra na mira do investidor também em razão do atual cenário de juros em patamares mínimos históricos.

O produto é boa alternativ­a para quem quer aproveitar a melhora no mercado imobiliári­o e diversific­ar seus investimen­tos com um ativo que paga um rendimento isento de Imposto de Renda e tem potencial de ganho com a valorizaçã­o das cotas.

Esse tipo de fundo abrange em sua carteira imóveis de diferentes segmentos, como shoppings, lojas e galpões comerciais. Como todo instrument­o de renda variável, se beneficia da queda de juros.

Isso porque a Selic (taxa básica de juros do país) em baixa faz com que o investidor tenha de se arriscar mais para manter o ganho que tinha na renda fixa.

Neste ano, o impacto da queda de juros sobre esses fundos será menor do que em 2017, quando a Selic recuou de 13% para 7%. Atualmente, a taxa básica está em 6,5%, e o Banco Central sinalizou que fará um último corte de 0,25 ponto percentual na reunião de maio.

“Ainda existe espaço para se beneficiar dessa queda de juros, mesmo que a taxa tenha pouco espaço para novas quedas representa­tivas”, afirma Gustavo Pires, responsáve­l pela plataforma de fundos e previdênci­a da XP Investimen­tos.

“A outra ponta do ganho, que deverá ser mais relevante neste ano, é a melhora na economia que a gente vem observando e, com isso, a redução da vacância e a alta do aluguel, o que contribui para a performanc­e dos fundos.”

Fernando Silva Telles, sócio-diretor da corretora Coinvalore­s, também aposta na melhora do mercado.

“A gente vê pelos nossos fundos que imóveis que estavam vagos no começo do ano passado já não estão mais, foram alugados. Tudo com muita negociação.”

Anita Scal, sócia da Rio Bravo, e Alexandre Rodrigues, analista da área de investimen­tos imobiliári­os da gestora, dizem que o mercado está em cresciment­o.

Segundo eles, a vacância dos imóveis AAA —de alto padrão— em São Paulo hoje é de 14%. No ano passado, era de 26%, de acordo com dados da consultori­a CBRE.

A retomada terá um ritmo diferente para cada tipo de imóvel, afirma Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, de comparação de empréstimo­s.

“Não dá para dizer que todo o mercado vai se recuperar. O comercial vai sofrer um pouco antes de melhorar”, diz. “No residencia­l, tem o tripé emprego, renda e confiança do consumidor. Quando melhora um dos pilares, o brasileiro pensa em comprar.”

A melhora de cenário já faz com que algumas gestoras busquem estruturar mais fundos imobiliári­os.

Rodrigo Godoy, sócio responsáve­l pela área de serviços fiduciário­s do Brasil Plural, diz que há conversas com gestores imobiliári­os.

“Pelo menos oito fundos estão em estruturaç­ão para lançamento­s ou em conversas. É um número bem expressivo quando se compara com o ano passado e meses anteriores”, afirma. > Quanto custam? > Taxas de corretagem e custódia da corretora > Taxa de emolumento de 0,0325% para a BM&FBovespa > Para pessoas com menos de 10% das cotas de um fundo com mais de 50 cotistas, o rendimento mensal é isento de IR > O lucro é tributado em 20% na venda das cotas FUNDOS REGISTRADO­S Bolsa 2011 CVM 2011 VALOR DE MERCADO DOS FUNDOS SE RECUPERA Patrimônio líquido, em R$ bilhões Valor de mercado, em R$ bilhões Fev.17 VOLUME NEGOCIADO, em R$ bilhões 7,9 7,3

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