PM dispensou testemunhas da morte de Marielle
Segundo jornal O Globo, policiais ordenaram que pessoas que estavam no local se afastassem
DE SÃO PAULO
Policiais militares dispensaram testemunhas do assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes na noite de 14 de março, segundo o jornal O Globo.
De acordo com duas pessoas ouvidas pelo jornal, logo depois do assassinato, policiais do 4º Batalhão da PM, de São Cristóvão, chegaram ao local e ordenaram que todo mundo se afastasse, com exceção da assessora da vereadora, que estava no carro e sobreviveu.
Segundo o relato das duas pessoas presentes, o carro em que Marielle estava foi fechado por um Cobalt de cor prata e quase subiu no meio-fio. Em seguida, dizem, um homem negro sentado no banco traseiro colocou o braço para fora e apontou uma arma que parecia ter um silenciador.
As testemunhas afirmam não ter visto um segundo veí- culo na emboscada —imagens de câmeras de segurança indicaram que o carro de Marielle foi seguido por dois veículos na saída de um evento na Casa das Pretas, na Lapa.
Marielle e Anderson foram mortos por volta das 21h30 do dia 14 de março no bairro do Estácio, no centro do Rio. Os criminosos fugiram sem roubar nada, indício de que o crime foi premeditado.
Segundo o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, a morte pode ter sido uma “execução”, mas a investigação segue sob sigilo. A apuração já concluiu que a munição utilizada no assassinato foi comprada pela Polícia Federal em 2006 e pertence ao mesmo lote encontrado na chacina de Osasco e Barueri (Grande SP) em 2015, que deixou 17 mortos.
A morte da vereadora ocorreu dois dias antes de a intervenção federal na segurança do Rio completar um mês.