Custo passou de R$ 820 milhões para R$ 1,7 bilhão
DE SÃO PAULO
O custo original do Itaquerão, quando o estádio foi inaugurado, em 2011, era de R$ 820 milhões (R$ 1,25 bilhão em valores corrigidos). Em setembro de 2017, em reunião do conselho deliberativo do Corinthians, a estimativa apresentada foi de que o custo da construção estava em R$ 1,7 bilhão.
O valor foge da engenharia financeira original que pagaria a obra feita pela Odebrecht.
O plano inicial era que R$ 400 milhões viriam de financiamento aprovado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e repassado pela Caixa Econômica Federal.
Esse empréstimo seria quitado com a venda de naming rights. Uma empresa compraria por R$ 400 milhões o direito de dar nome ao estádio.
Outros R$ 420 milhões seriam obtidos pelos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) emitidos pela Prefeitura de São Paulo. Cada papel, no valor de cerca de R$ 90 mil, é comprado por empresas com desconto e usado para pagar impostos municipais como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ISS (Imposto Sobre Serviços).
O plano financeiro não deu certo já no início, quando o clube não conseguiu fechar a venda dos naming rights. Apesar das informações de que o acerto estaria próximo com diferentes empresas, o contrato não foi concretizado até o momento.
Do empréstimo do BNDES e repassado pela Caixa, o Corinthians atualmente paga parcelas de R$ 5,6 milhões depois de ficar inadimplente por mais de um ano.
O custo final do estádio e a relação com a Odebrecht geraram descontentamento entre conselheiros, que pediram investigação. Antes da eleição para presidente, em fevereiro, Andrés Sanchez prometeu resolver a dívida rapidamente.