Trump lança incógnita sobre presença dos EUA na Síria
Após presidente dizer que tiraria tropas do país em guerra civil, Casa Branca afirma que por ora militares americanos permanecem
A Casa Branca informou nesta quarta-feira (4) que os EUA continuarão a combater a a facção terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria, contradizendo o presidente Donald Trump e sua insistência de que os 2.000 soldados americanos deixem o conflito.
Em guerra civil desde 2011, quando rebeldes lançaram uma campanha contra o regime de Bshar al-Assad, a Síria virou um teatro de operações que envolve interesses geopolíticos de vizinhos como o Irã e a Turquia e de potências como EUA e Rússia.
“A missão militar para erradicar o EI na Síria está chegando a um fim rápido, com o EI quase totalmente destruído”, disse a porta-voz, Sarah Huckabee Sanders, um dia depois de reunião de Trump com comandantes militares sobre o futuro da missão.
A declaração indicou que os principais assessores militares do presidente tiveram êxito —pelo menos por ora— em convencer o comandante-em-chefe impaciente a não ordenar uma retirada rápida.
Na terça, ele havia dito que os EUA venceram a batalha com a milícia e que “às vezes é hora de voltar para casa”.
Embora Trump pressione, funcionários do Pentágono lembram que o Estado Islâmico ganhou força no Iraque depois que o então presidente Barack Obama (2009-17) retirou seus soldados do país.
O Departamento de Defesa avalia que a saída precipitada colocaria a perder o sacrifício dos americanos.
“A parte difícil jaz à frente, é estabilizar essas áreas, consolidar nossas conquistas, pôr as pessoas de volta em suas casas, tratar de problemas de longo prazo”, disse Joseph Votel, principal oficial do Comando Central Militar.
O porta-voz da coalizão militar na região, Ryan Dillon, afirmou que tentar extirpar os militantes que restam se tornou difícil, pois as operações praticamente cessaram.
O arrefecimento da campanha se deve ao fato de os curdos sírios —principal aliado dos EUA ali— terem se envolvido em nova luta contra a Turquia no noroeste da Síria.
LUIZ ROBERTO M. GONÇALVES